Bebê de 2 meses torturado em ritual deixa o hospital com agulhas ainda no corpo

A bebê de apenas três meses, que foi submetida a um ritual religioso e teve três agulhas introduzidas no corpo, deixou a Santa Casa de Rondonópolis após dois meses internada. Os médicos deram alta para a vítima, que permanece com os objetos dentro do corpo. A avó materna é quem ficará responsável pela criança, já que os pais foram presos e indiciados pelo crime.

Durante quase todo o tempo em que ficou na Santa Casa, a criança permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ao todo, foram quatro procedimentos cirúrgicos para tentar retirar os objetos do corpo. Porém, apenas a agulha do abdômen foi retirada, já que havia risco de lesões irreversíveis na cabeça.
 
Mesmo tendo recebido alta, a criança continuará passando por acompanhamento da equipe médica. A avó materna será a responsável por cuidar da bebê, após determinação da Vara da Infância e Adolescência da Comarca de Jaciara. Os pais foram presos e indiciados pelo crime de tentativa de homicídio.
 
O caso
 
A Polícia Civil de Jaciara foi acionada pelo Conselho Tutelar na noite de segunda-feira, 12 de dezembro de 2016, sobre o fato que teria acontecido no domingo (11). Os conselheiros receberam denúncia da equipe médica do Hospital Municipal de Jaciara sobre suspeita de tortura contra  a criança de 3 meses de idade.
 
O pai da menina foi preso na terça-feira (13), Wellinton de Jesus Costa, 28, é suspeito de aceitar receber o valor de R$ 250 para submeter a filha ao ritual que foi conduzido por Iraci Queiroz dos Santos, 42 anos, conhecida como “Baiana”, e que foi presa no mesmo dia, na cidade de São Pedro da Cipa.
 
Quatro mandados de prisão temporária foram expedidos pelo Judiciário na quarta-feira (14), após representação da autoridade policial, dois deles em desfavor de Welliton e Iraci. Foram presos também Débora Queiroz dos Santos e Ricardo César dos Santos, filha e genro de “Baiana”, que teriam participado do ritual.
 
A mãe da vítima, a menor, de 17 anos, foi apreendida. Ela vai responder a ato infracional análogo a tentativa de homicídio. A adolescente foi encaminhada ao Complexo Pomeri, em Cuiabá.

Indiciados

Os pais da menina de três meses e outras três pessoas foram apontadas pelo envolvimento na ação.

Os quatro adultos responderão por tentativa de homicídio triplamente qualificado e corrupção de menores, já que a mãe do bebê é uma adolescente. 

Texto: Olhar Direto