Danos ambientais causados por obra de usina hidrelétrica em Sinop são investigados

O Ministério Público Estadual entrou com duas ações contra uma usina hidrelétrica que está sendo construída em Sinop para investigar danos causados ao meio ambiente, além falta de compensação ambiental.

A usina está sendo construída no Rio Teles Pires e as barragens estão entre os municípios de Cláudia e Itaúba, a 608 km e 599 km de Cuiabá. Aproximadamente R$ 3 bilhões foram gastos para construir a usina.

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) emitiu um parecer autorizando o funcionamento da usina por considerar que o plano de manejo atende às normas ambientais, o que é questionado pelo MP.

As açõe do MP são referentes ao enchimento do reservatório e a outra sobre a compensação ambiental, conforme o promotor de Justiça Marcelo Cavechiano.

“Não é possível encher o reservatório e iniciar a operação enquanto não for cumprido todas as fases dos licenciamentos e adotar todas as medidas disciplinadas. Ele cortou a vegetação e está sendo feita a compactação”, contou.

Ele explicou que, de acordo com um geólogo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a compactação da terra está com falhas e que a vegetação deveria ser retirada, porque as plantas que iriam ficar sob a terra passarão a ter contato com a água e irão produzir gás de efeito estufa.

“O geólogo da UFMT que nos acompanha falou que a compactação está falha e que as plantas que ficam sob a terra podem produzir gás de efeito estufa quando tocar na água”, disse.

Segundo o diretor da usina, Ricardo Padilha, mais de 40 programas ambientais foram realizados para evitar danos na natureza.

“Todas as exigências que foram feitas para a gente começar a fazer o enchimento foram atendidas, com investimentos acima de R$ 900 milhões. Só está faltando a montagem, que é esse período de enchimento”, disse.

A Sema disse por meio de nota que todos os técnicos que participaram do licenciamento da usina, prestaram esclarecimentos ao órgão de controle. Ela também informou que todos os licenciamentos e procedimentos, além da finalização do processo para emissão da licença de operação, serão feitos mediante critérios estritamente técnicos e científicos, por meio de pareceres e análises elaborados pelos analistas de meio ambiente.

Quando começar a funcionar, a usina terá capacidade para fornecer energia para 1,6 milhão de consumidores, o correspondente a 50% da população de Mato Grosso.

As bandeiras de tarifa amarela ou vermelha, foram aplicadas nas contas de energia em seis meses deste ano. Em dezembro, a cor da tarifa foi verde devido ao volume das chuvas.

Texto: G1 MT/Bruno Dourado