Diabetes atinge 184 mil adultos e crianças em MT

Quando o médico confirmou à Andreia Kruger, de Cuiabá, que o filho dela, de 2 anos e meio, o Davi, é diabético, o “chão se abriu”. Hoje aos 7 anos, o menino é exemplo de que, com apoio da famílias, amigos e da sociedade, dá para controlar a doença, lembrada mundialmente em 14 de novembro – Dia Mundial do Diabetes – próxima terça-feira.

A data, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é importante porque a diabetes, se ignorada, mata, sequela e prejudica a qualidade de vida. Só em Mato Grosso, de 2005 a 2009, 693 pessoas morreram por causa da doença.

Vivem com a doença no Estado 184 mil homens e mulheres de todas as idades, inclusive crianças, como Davi.

David tem a diabetes tipo I, a mais severa. Ele é insulinodependente. Tem que aplicar, 3 vezes ao dia, no caso dele, injeções do hormônio, que, em situação de normalidade, é produzido pelo pâncreas.

Sintomas apresentados por Davi e que fizeram a mãe dele levá-lo ao médico foram cansaço, sede insistente e incontinência urinária. O diagnóstico não foi imediato o que expõe uma das dificuldades no controle da diabetes, que é confirmá-la o quantos antes. “Se tivesse sido feito, evitaria que meu filho entrasse em pré-coma”, lamenta.

Hoje, David tem boa saúde, mas respeita regras. “Todos ajudam, em casa, na família, na escola, quando tem festinha, buscam um bolinho diet para ele”, comenta Andreia, que não sabia nada sobre a doença, mas estudou e se envolveu, se engajando inclusive na luta em defesa dos diabéticos em Mato Grosso.

Segundo ela, faltam medicamentos e insulina na saúde pública, sendo assim pacientes em situação financeira precária ficam desassistidos. “Este ano ficamos 5 meses sem insulina na farmácia de alto custo”.

“É muito triste ver crianças e adultos também com sequelas de diabetes, como cegueira, amputações , infeções e falência renal, spo não tomar os medicamentos não fazer a dieta”, lamenta Andréia.

A doença

A médica endocrinologista Denise Denise Dotta Abech explica que existem 2 tipos de diabetes, tipo 1 e tipo 2, e que o mais frequente é o 2.

A maioria dos casos acontece na fase adulta e está relacionado à obesidade abdominal e ao sedentarismo.

O diabetes é uma doença que se caracteriza por elevadas taxas de glicose no sangue e se não estiverem controladas podem ocorrer graves complicações.

Apoio

Portadores de diabetes de Mato Grosso ganham um aliado na luta durante o tratamento da doença a partir de hoje (13). A primeira Associação Mato-grossense de Atenção ao Diabético (AMAD) foi criada com o desafio de minimizar o sofrimento das pessoas que convivem com o diabetes e com a falta de apoio do Estado.

Andréia, mãe de David, é a presidente da AMAD. “Quando a gente descobriu (a doença do menino), nos sentimos totalmente desamparados e fomos para São Paulo e Curitiba em busca de tratamento”, conta.

A associação fará o levantamento quantitativo de diabéticos em Mato Grosso e vai oferecer orientações jurídicas e de saúde, gratuitamente.

Quer garantir a aplicação da lei federal nº 11.347 que garante o direito ao tratamento.

“A gente chega para ser o grito de vida dessas pessoas”, afirma a presidente. Segundo ela, o Estado não oferece suporte necessário no tratamento da doença, que não tem cura. “Eles estão praticamente abandonados, mas eu posso dizer que a partir de agora eles já não estão abandonados, porque a AMAD chega para unir forças e mostrar que não estamos sozinhos”.(Com informações da AMAD)

Texto: Gazeta Digital