Entidades do Agro de Mato Grosso se posicionam sobre samba-enredo da Imperatriz

Entidades do agronegócio de Mato Grosso encaminharam um comunicado oficial, nesta tarde, sobre o samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense. 

No documento, as entidades ressaltam que o Brasil já foi reconhecido internacionalmente como o país do futebol e do Carnaval. “Hoje a realidade é outra: também somos reconhecidos como grande líder na produção de alimentos de forma sustentável, destacando-nos fortemente frente a outros países no mundo. Conquistamos estas posições graças ao talento, à criatividade e ao trabalho do povo brasileiro”.

Em entrevista ao RepórterMT, o carnavalesco Cahê Rodrigues, responsável pela concepção e execução da ‘obra’, disse, porém, que não é o foco da agremiação criticar o agronegócio. “Eu já tinha um desejo de muito tempo de poder, um dia, exaltar os povos indígenas e venho trabalhando em uma pesquisa já há algum tempo. Apresentei essa ideia de fazer uma homenagem aos povos do Xingu para o presidente da escola, ele também gostou do tema e a gente começou a trabalhar em cima disso”, diz.

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Confira o restante do comunicado na íntegra:

Por respeitar a manifestação cultural do Carnaval e reconhecer seu poder em divulgar a cultura e a história brasileiras, as entidades que representam a agricultura e pecuária de Mato Grosso e a Aprosoja Brasil vêm a público manifestar sua preocupação na forma com que a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense irá abordar a atividade agropecuária no seu samba-enredo deste ano, cujo tema é “Xingu, o Clamor da Floresta”.

Preocupa-nos sobremaneira a forma como a escola contextualizou o samba-enredo e as fantasias abordando negativamente alguns dos aspectos da produção, como a ocupação das terras e a utilização de defensivos.

Se não fosse a evolução tecnológica que conquistamos ao longo dos anos, certamente não chegaríamos à produção sustentável que temos hoje, que permite elevar a produção de alimentos na mesma área, sem a necessidade de novas aberturas.

Como disse o ganhador do prêmio Nobel da Paz em 1970, Norman Ernest Borlaug, referindo-se a agricultura mundial: “Para aqueles cuja principal preocupação é defender o ‘ambiente’, vamos olhar o impacto que a aplicação da agricultura baseada na ciência teve sobre o uso da terra. Se a produtividade dos cereais de 1950 tivesse permanecido em 1999, teríamos precisado de 1,8 bilhão de hectares adicionais de terra da mesma qualidade, em vez dos 600 milhões que foram usados”.

Respeitamos a licença poética dos carnavalescos, mas esperamos que a criatividade artística não reforce opiniões preconceituosas e errôneas sobre a atividade agropecuária com informações que não correspondem à realidade de quem vive o campo.

Somos o único país com 61% das espécies nativas resguardadas em terras indígenas, unidades de conservação da biodiversidade, Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal. Somente 27,7% do território brasileiro é destinado à agropecuária. O Agro brasileiro é obediente a uma das mais severas e rigorosas legislações sociais e ambientais do mundo.

O Agro também é motivo de orgulho.

FAMATO – Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso

ACRISMAT – Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso

AMPA – Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão

APROSMAT – Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso

APROSOJA – Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso

APROSOJA BRASIL – Associação dos Produtores de Soja do Brasil

Texto: Redação Portal Sorriso MT