Estado tem dívida com 11 mil fornecedores

O governador Mauro Mendes (DEM) revelou que o Governo do Estado possui uma dívida de aproximadamente R$ 3,6 bilhões com fornecedores, além de repasses atrasados para os municípios e os demais poderes constituídos de Mato Grosso. O democrata afirma que 11.424 prestadores de serviços possuem créditos para receber do Estado. 

“Por isso estamos cortando os gastos, otimizando os recursos, controlando o crescimento da folha e melhorando a arrecadação, além disso, estamos sendo muito atuantes no combate à sonegação fiscal”, disse o chefe do Executivo Estadual.
Outro ponto destacado pelo governador diz respeito a folha de pagamento. De acordo com ele, em 15 anos, enquanto a receita cresceu 336%, a folha de pagamento subiu 678%. 

Conforme levantamento realizado pela atual administração, em 2003 Mato Grosso possuía uma receita na ordem de R$ 3,9 bilhões. Este valor subiu para R$ 13,51 bilhões em 2018. 

Já a folha de pagamento passou de R$ 3,9 bilhões em 2003 para R$ 17,5 bilhões no ano passado, representando um aumento de 448,7%. Em contrapartida, os investimentos realizados pelo Estado em áreas como a Saúde, Educação e Segurança Pública, por exemplo, aumentaram apenas 138%. 

Para ele, isso demonstra que, ao invés de realizar investimentos nos serviços públicos, o Governo do Estado estava utilizando boa parte de seus recursos para arcar com a folha de pagamento dos servidores. 

“Isso explica porque temos uma rede pública sucateada. Serviços públicos que não respondem a contento às necessidades da população. Muito disso, por conta de que, ao longo dos últimos anos, os recursos para investimentos no Estado foram migrando para pagamento da folha”, enfatizou. 

Apesar de os números serem desanimadores, Mendes disse que as medidas de contenção de despesas que vem adotando desde o início de seu mandato já permitiram a retomada dos investimentos. 

Prova disso é que, nesta semana, já foi anunciado a autorização para a retomada ou início de 113 obras, em 90 municípios do Estado, que irão movimentar quase R$ 1 bilhão. 

“Estamos trabalhando por um único objetivo, que é levar serviços públicos de qualidade para a população de Mato Grosso. E garanto aos senhores que nenhuma obra será iniciada ou retomada nesse Estado sem que haja dinheiro para o seu término. O Governo irá precisar e muito dos prefeitos, que sejam parceiros, tenham paciência, mas que estará aberto às críticas e cobranças”, disse. 

A retomada das obras, segundo o governador, é fruto de um trabalho conjunto que passou pelas leis aprovadas pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que oportunizaram aumentar a arrecadação e frear o crescimento da máquina pública, e também do trabalho realizado pela Secretaria de Infraestrutura e Logística e pelo vice-governador Otaviano Pivetta. 

Texto: Kamila Arruda/Diário de Cuiabá