Galli chama Selma de ‘individualista’ e cita possibilidade de expulsão do PSL

O presidente regional do PSL, deputado federal Victório Galli, avisou ao candidato a presidente do partido, deputado federal Jair Bolsonaro, sobre a conduta da candidata ao Senado, Selma Arruda (PSL), que tem sido protagonista de denúncia de “caixa dois” e infidelidade partidária.

Segundo o deputado, o Conselho Nacional de Ética do PSL irá analisar a denúncia de caixa dois, após conclusão processual do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). “Se for verídico, vamos passar para o Conselho de Ética avaliar, vamos ver a decisão que o conselho de ética vai tomar”, disse ele.

Galli avalia que a denúncia contra uma candidata da legenda prejudica o partido. “Infelizmente estou vendo isso de forma negativa, vamos aguardar se tudo que ela está falando aí, ela comprovar que não é verdade, que de fato essas acusações são falsas e não é caixa dois. Agora, se isso for verídico fica muito ruim para gente, muito ruim para o partido”.

Para Galli, ainda é cedo para julgar, mas atitudes da candidata tem a deixado sob suspeita. Além da denúncia de “caixa 2”, ele cita que a candidata não tem encampado as principais bandeiras do presidenciável do partido, Jair Bolsonaro. 

“Ela fala isso, mas a ação dela não coincide com o que o Bolsonaro prega né. O Bolsonaro é contra o casamento gay, ela não é. Ele contra aborto em todas as formas, ela não é e faz ressalvas. Então são situações que está usando a influência do Bolsonaro para se promover”, narrou.

O deputado afirma que sempre deixou Bolsonaro ciente da situação do partido no Estado, pois acredita que este é o dever de um soldado do “partido”. No entanto, revela que o presidenciável aguarda o julgamento sobre o caixa dois usado pela candidata para se posicionar sobre o caso.

“Já passei todo relatório, eu sou soldado do partido e tudo que se passa aqui eu repasso para nacional do partido. Ele está aguardando para ver o que vai dar, ela tem o amplo direito de defesa. Se ela de fato for inocente no assunto se encerra, se ela não for a gente tem que tomar providência”, assegura.

Galli ainda comentou sobre as polêmicas que a candidata ao Senado se envolveu desde o início da eleição. Segundo ele, a intenção da candidata desde o princípio foi polemizar o processo eleitoral. Uma das polêmicas é o áudio que circulou nesta terça-feira, em que a magistrada comenta sobre a situação financeira da campanha.

No áudio Selma Arruda revela que a campanha majoritária dos candidatos da coligação “Segue em Frente Mato Grosso”, custaria R$ 15 milhões, sendo que R$ 7,5 milhões o governador iria arrumar e os R$ 3,250 milhões de cada candidato ao Senado. “Ela nós trouxe este assunto em reunião da executiva do partido. Mas, a coligação nunca oficializou isso”.

Galli contou que no início das conversas para as coligações, estava tudo encaminhado para aliança com a chapa do candidato Mauro Mendes (DEM), mas como não havia espaço para ela disputar ao Senado, o partido resolveu caminhar com o candidato Pedro Taques (PSDB).

“Nós já estávamos alinhando lá (Mendes), mas como lá não tinha vaga para majoritária senadora, para gente atender uma situação dessa para o partido que era muito bom, a gente preferiu acompanhar a decisão dela com o Pedro Taques”.

Por fim, o deputado considera Selma individualista e que atitude dela prejudicou muito a todos, até mesmo o outro candidato ao Senado, Nilson Leitão (PSDB). “Ela pensa muito nela, ela não trabalhou coligação. Trabalhou muito o individual e a gente é mais coletivo. Não prejudicou só o partido, mas o Nilson Leitão ficou prejudicado também”, concluiu.

Texto: Larissa Malheiros/FolhaMax