Governador afirma que vagões do VLT serão vendidos se MP reprovar acordos

Após uma segunda negativa por parte dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, com relação ao acordo firmado entre Governo do Estado e Consórcio VLT, o governador Pedro Taques (PSDB) assumiu, na manhã desta segunda-feira (17), que se este continuar sendo o entendimento dos órgãos, os vagões do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) poderão ser vendidos e uma nova licitação de transporte coletivo deverá ser realizada na Grande Cuiabá.

“Ora, se o Ministério Público Estadual e Federal entender que não vai ter o VLT, nós vamos ter que vender os vagões e buscar outra coisa”, disse o governador, durante visita às obras do novo Pronto-Socorro da Capital.

Apesar do comentário, Taques defendeu que um novo processo licitatório não é a alternativa mais viável a ser adotada neste momento, uma vez que, segundo ele, além de demandar mais tempo, uma nova modalidade de transporte coletivo deverá custar ainda mais caro.

“É muito interessante que esse acordo foi feito. Nós estamos superando algumas fases e precisamos entender que é muito mais caro nós fazermos outra licitação. Outra licitação será internacional, vai demorar e o valor será bem maior. Nós estamos economizando o dinheiro do Estado, estamos buscando resolver. Agora, é importante dizer que na época da escolha do VLT eu fui contra. Parece que o efeito boomerang inverteu, ne?!”, avaliou Pedro Taques.

Os primeiros vagões do VLT chegaram a Cuiabá em novembro de 2013 e permanecem no pátio de manutenção, que fica em Várzea Grande, desde então. Ao todo, o Estado comprou 40 vagões, adquiridos pelo valor de R$ 497,9 milhões, que deverão percorrer os dois eixos do modal: Aeroporto Marechal Rondon (em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá)-CPA e Centro de Cuiabá-Coxipó.

Na semana passada, os Ministérios Públicos se manifestaram, pela segunda vez, contrários ao acordo firmado no dia 31 de março entre o Governo e o Consórcio. No acordo, o Estado concordou em pagar mais R$ 922 milhões para a conclusão integral da implantação do modal.

Em suas manifestações, os órgãos ministeriais afirmaram que o Executivo não sanou ou deu resposta adequada às irregularidades comprovadas na ação judicial para retomada das obras do modal Veículo Leve sob Trilhos (VLT).

Na petição assinada pelo procurador da República Vinícius Alexandre Fortes de Barros e pelo promotor de Justiça André Luís de Almeida, os Ministérios Públicos Federal e Estadual afirmam que não se opõem à apresentação de nova proposta pelo Estado de Mato Grosso e o Consórcio VLT, desde que contemplem e corrijam as irregularidades já enfaticamente demonstradas nas manifestações ministeriais e nas perícias realizadas pelo Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e Controladoria-Geral da União.

Texto: Olhar Direto