Mães de crianças com diabetes reclamam que não recebem insulina pelo SUS há mais de um ano

Crianças que têm diabetes estão há mais de um ano sem receber insulina em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Por ser um medicamento de alto custo, deveria ser fornecido pelo estado.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que o município pode fazer a retirada imediata desse tipo de medicamento, que, segundo eles, já está disponível nos estoques.

Felipe Gabriel, de 5 anos, depende da insulina para sobreviver desde os 2 anos de idade. Ele utiliza um aparelho conhecido como ‘bomba de insulina’ que custa R$ 27 mil e foi fornecido pelo Poder Judiciário mediante ordem judicial. No entanto, não tem a insulina para ser reposta no aparelho.

A mãe de Felipe, Glauciane Batista, gasta em média R$ 500 por mês com medicamentos para o tratamento do filho.

“Tem mais de um ano que Felipe não está recebendo a insulina. Não é falta de documento, pois o cadastro está correto. Não sabemos o porquê não estamos recebendo o medicamento”, questionou.

Felipe tem diabete tipo 1, o organismo dele não é capaz de produzir insulina – hormônio responsável por permitir a entrada de glicose nas células. Apesar das dificuldades, Felipe faz várias atividades no dia a dia.

“Ando de bicicleta, assisto desenho, jogo bola, encho a piscina”, contou. O filho de Daniele de Melo Santos também tem diabetes e necessita do medicamento para o tratamento. Ele precisa da insulina ultrarrápida e a insulina lantus. A criança tem 8 anos.

“Não estamos recebendo nenhum tipo de insulina. Na semana passada não forneceram nem as tiras [reagentes], pois estava em falta”, contou.

De acordo com Francisca Sueli Borges, presidente da Associação de Assistência aos Diabéticos de Rondonópolis, um aparelho usado para medir a glicose no sangue, que é fornecido pelo município há quatro meses, está com defeito.

“Ninguém confia mais nesse aparelho, porque ele dá diferença nas medições”, explicou.

Texto: Emerson Sanchez, TV Centro América/G1 MT