MPF instaura inquérito contra Emanuel e cinco deputados de MT

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, instaurou inquérito para apurar crimes contra a administração pública e peculato (desvio de dinheiro) supostamente praticados pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), e mais cinco deputados mato-grossenses.

A decisão é da última sexta-feira (08). O deputados estaduais alvos do inquérito são: Ondanir Bortolini (PSD), o “Nininho”; Zeca Viana (PDT); Wancley Carvalho (PV); e Eduardo Botelho (PSB), que é presidente da Assembleia Legislativa. Também é alvo o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP).

O caso, que está sob a responsabilidade do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), seria desdobramento da delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), homologada no mês passado pelo magistrado.

Dos políticos alvos do inquérito, apenas Wancley Carvalho não foi citado por Silval nos depoimentos que vieram a público sobre a delação.

Na colaboração, o ex-governador afirmou que em sua gestão e na gestão do seu antecessor, o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), ocorria um sistema de pagamentos mensais de propina no valor de R$ 50 mil, o “mensalinho”, para que os deputados apoiassem os projetos do Executivo.

Segundo Silval, o Executivo repassava outros R$ 50 mil mensais aos deputados envolvidos a título das propinas pagas pelas empreiteiras que prestavam serviços no programa de pavimentação MT Integrado.

Dentre estes deputados, o ex-governador citou Emanuel Pinheiro e Ezequiel Fonseca, que eram deputados estaduais na legislatura passada e foram filmados recebendo maços de dinheiro.

Zeca Viana, todavia, não recebia a vantagem indevida, mas, conforme o ex-assessor de Silval, Silvio Araújo, chegou a cobrar tais valores.

Já Nininho, de acordo com a delação, pagava propinas para manter os contratos de suas empresas com o Governo do Estado.

Eduardo Botelho, por sua vez, foi acusado pelo irmão de Silval, Antônio Barbosa, de ser beneficiário de propinas pagas por uma empresa contratada para prestar serviços no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT).

Também consta na delação que o deputado teria se comprometido a votar de forma favorável às contas de Silval em troca de benefícios às suas empresas

A empresa em que Botelho é sócio, a Construtora Nhambiquaras, também foi citada na delação como a responsável por uma obra de R$ 10 milhões em Chapada dos Guimarães, paga por meio de emendas da então deputada federal e atual prefeita Thelma de Oliveira (PSDB), que teria exigido R$ 1 milhão de “retorno” para liberar a verba.

Texto: Mídia News