MT é o segundo estado brasileiro no ranking de mortes por acidentes elétricos

O estado de Mato Grosso convive, há anos, com uma estatística perturbadora. O número de mortes ocasionadas por acidentes elétricos é o mais alto entre todos os estados do Centro-Oeste.

Mais do que isso, o índice de mortes por milhão de habitantes é o segundo pior do país, atrás apenas da Paraíba. Enquanto estados como Rio de Janeiro e São Paulo tiveram 0,97 e 1,39 mortes nesse quesito, respectivamente, Mato Grosso viu 8,37 pessoas a cada milhão perderem a vida pela mesma causa no ano passado.

E esses dados não foram uma peculiaridade de 2017. Nos últimos cinco anos, em quatro Mato Grosso foi líder no número de mortes por acidentes elétricos entre os estados da região. No ano passado, 27 vidas foram ceifadas por acidentes dessa natureza. No ano anterior, 30, segundo dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).

Esse problema é ainda mais intenso na zona rural. Com aproximadamente meio milhão de habitantes vivendo no campo – menos de um sexto do total – esse segmento é responsável por quase metade das mortes.

Para além dos números, esses dados têm rostos – e envolvem famílias, sonhos e sentimentos. Uma parte dessas estatísticas pode ser representada pelo senhor Abedão Antunes de Lima, de 76 anos, agricultor que morreu podando uma árvore perto do seu sítio. Os galhos estavam esbarrando na rede elétrica. Ou pelo garoto Yago Machado Santos, de apenas 10 anos, que durante um jogo de futebol tocou em uma cerca eletrificada e por pouco não perdeu a vida.

A principal causa desses acidentes, na visão de analistas, continua sendo a desinformação e, no caso da zona rural, adiciona-se a dificuldade de fazer a manutenção das linhas e a falta de mão de obra qualificada. Saiba mais aqui.

Texto: O Livre/Guilherme Waltenberg, Karina Cabral, Mayla Miranda e Joana Castro