Na UTI, menino atropelado ainda não sabe da morte do irmão

O menino de 8 anos que foi atropelado com o irmão, de 7 anos, no último dia 14 de fevereiro, em Cuiabá, continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto-Socorro de Cuiabá.

 

Por recomendações dos médicos, o garoto ainda não sabe que o irmão morreu no acidente, para que a sua recuperação não seja comprometida.

 

Os dois estavam com a mãe, Eleninha Nascimento Rodrigues, de 26 anos, caminhando por uma rua do bairro Recanto da Siriema, quando foram atropelados por uma caminhonete S10.

 

O menino de 7 anos morreu na hora. Já o de 8 foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e encaminhado para o hospital.

 

Eleninha também foi atingida, mas teve apenas ferimentos leves.

O motorista, Juarez Alvez dos Santos, de 54 anos, foi indiciado pelo por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), lesão corporal culposa, omissão de socorro e fuga do local do acidente.

 

Ele está preso em uma unidade prisional da Capital. Um casal que estava com o motorista também vai responder por omissão de socorro.

 

O pai dos meninos, Elmo Costa Rodrigues, de 29 anos, contou ao MidiaNews que, toda vez que vê o filho no Pronto-Socorro, a primeira coisa que ele pergunta é sobre o irmão.

 

“É muito doloroso ter que mentir para ele, mas sabemos que é o melhor para a sua recuperação”, disse.

 

Conforme o pai, o garoto já passou por duas cirurgias, uma na perna e outra na cabeça. Ele teve três fraturas numa perna e traumatismo craniano.

 

“Ele está se recuperando, graças a Deus”, disse.

 

O acidente

 

Em entrevista, Eleninha Nascimento Rodrigues contou que estava voltando com os dois meninos, para a chácara onde mora com o marido e outros quatro filhos, quando, de repente, foram atingidos pela caminhonete.

O filho de um vizinho dela, de 11 anos, também estava com eles, mas conseguiu escapar.

 

“O motorista estava correndo muito, ele nos atropelou pelas costas, não deu tempo de desviarmos”, afirmou.

 

Heleninha disse que, após o atropelamento, conseguiu se levantar e viu os dois filhos caídos no chão.

 

Ela afirmou que pediu para que Juarez emprestasse o telefone celular para chamar o Samu, mas ele se negou e, ainda, a teria empurrado.

 

“Ele se virou para mim e disse que não adiantava mais pedir socorro porque os meninos já estavam mortos”, disse.

 

“Logo em seguida, ele tentou fugir, e eu o segurei, implorando ajuda, mas ele me empurrou e correu”, completou a mãe. 

 

Juarez dos Santos foi preso dois dias depois do acidente, no bairro São João Del Rey, na Capital.

 

Ele confessou que provocou o atropelamento, mas alegou que o volante da caminhonete travou e que, por isso, não conseguiu desviar das crianças e da mãe.

 

Ele ainda afirmou que ficou com medo após o atropelamento e, por isso, fugiu do local.

Texto: Mídia News