“Não esperava essa decisão”, diz secretário afastado

O secretário de Estado Rogers Jarbas (Segurança Pública), disse ter recebido com “surpresa” a decisão do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça, que determinou o seu afastamento do cargo, além de uso de tornozeleira eletrônica.

A decisão acatou a uma solicitação feita pela delegada Ana Cristina Feldner, da Polícia Civil, responsável pelo inquérito do TJ, que apura o esquema de escutas ilegais operado em Mato Grosso.

De acordo com a decisão, a qual o MidiaNews teve acesso exclusivo, o afastamento se baseia em várias evidências de que Rogers está usando seu cargo e sua influência para interferir nas investigações sobre o escândalo dos grampos.

“Não esperava essa decisão. Nem me deram cópia dos autos ainda. Preciso ver os autos para ver o que tem”, disse Jarbas à reportagem, no início da tarde desta quarta-feira (20), após deixar o prédio da secretaria, ainda sem ser notificado da decisão.

De lá, o secretário foi caminhando para o Palácio Paiaguás, onde se reuniu com o secretário-chefe da Casa Civil, José Adolpho.

Aos jornalistas que o acompanhavam no trajeto, Jarbas disse que nunca acompanhou as investigações relativas ao esquema dos grampos.

Disse que sequer pode negar os fatos, já que nem sabe as acusações que pesam contra ele.

Questionado sobre o trabalho conduzido pela delegada Ana Cristina Feldner, ele preferiu não opinar: “Nem sei o que ela fez nesse trabalho”.

Cautelares

Além do afastamento do secretário de suas funções, o desembargador Orlando Perri também determinou a apreensão de seu aparelho celular; a sua proibição de acessar ou frequentar qualquer órgão governamental, em especial aos ligados à área de segurança pública.

Jarbas ainda está proibido de manter qualquer tipo de contato com testemunha, réus e investigados no esquema dos grampos, bem como secretários de Estado e funcionários.

Texto: Mídia News