Pelo menos 6 crianças morreram afogadas durante período chuvoso; Bombeiros orientam

Distraídas e sem habilidade ou força suficientes para se salvar, as crianças tem sido frequentemente vítimas de afogamento em Mato Grosso em 2017.

De janeiro até agora, pelo menos seis menores de 12 anos perderam a vida em rios e represas do Estado, não tendo, em alguns casos, seus corpos encontrados. Na ocorrência mais recente, registrada na terça-feira (21), as irmãs Julia Souza Sattler, de 11 anos e Geovana Souza Sattler,12, morreram em uma represa na zona rural de Paranatinga (373 km de Cuiabá).

Elas estavam acompanhadas pela madrasta, que, por não saber nadar, não pôde ajudá-las. Antes delas, no dia 27 de fevereiro, Carlos Daniel David de 8 e um amigo de 9 anos caíram no Rio Guaporé, em Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km da Capital) onde, sem sucesso, bombeiros realizaram buscas por 10 dias. Os dois brincavam em uma área próxima ao rio quando o barranco desmoronou e ambos foram levados pela correnteza.

Durante um banho no Rio dos Peixes, em Tabaporã, (643 km de Cuiabá), a estudante, Ana Karoline Lima Angelotti, 10, se afogou no início de janeiro. Ela companhia de duas primas. Já no dia 12 de março, Cristhiane Landim, também de 10 anos, desapareceu no rio Garças, em Barra do Garças (a 516 km de Cuiabá). A menina e sua tia não sabiam nadar e estavam em uma região menos profunda, no entanto, foram arrastadas e caíram em um canal.

As ocorrências, que abalam as famílias e comovem a população, tem mobilizado equipes do Corpo de Bombeiros, nas buscas pelos corpos. A instituição, que não dispõe de profissionais suficientes para realizar o serviço de salva-vidas em todos os pontos do Estado, explica que este tipo de trabalho é pontual e ocorre, normalmente no período de férias. Esta época é propícia ao acidente em decorrência de baixa nos rios e festivais famosos em algumas cidades.

O tenente do Corpo de Bombeiros Janisley Teodoro explica que, por conta da chuva, esses acidentes são atípicos nesta época do ano, considerada imprópria para banhos de rio. Diante das ocorrências ele alerta que há orientações básicas a ser seguidas para evitar que acidentes do tipo aconteçam e lembra que nestas situações, os cidadãos devem entrar em contato com o 193, número de emergência da corporação.

A primeira recomendação é garantir que os pequenos estejam sempre acompanhados por adultos nestes locais. “É importante destacar que sejam adultos capazes, pessoas que não tenham ingerido bebida alcoólica, que se mostrem sóbrias e aptas a realizar um possível salvamento. Isso é importante porque às vezes na tentativa de salvar alguém, uma pessoa sem essas características pode causar uma tragédia ainda maior e se tornar mais uma vítima.”

Além disso, é importante observar as condições climáticas, de correnteza e profundidade das águas. No período chuvoso, este tipo de atividade não é recomendada, já que, em decorrência das precipitações, pontos rasos podem se tornar fundos e a força da correnteza se intensifica, dificultando o nado.

De acordo com Teodoro, a Sociedade Brasileira de Pediatria indica para crianças maiores de três anos o uso de coletes salva-vidas.

Em casos nos quais não foi possível evitar o afogamento a principal orientação é manter a calma e procurar por alguém que saiba nadar.

Se não houver ninguém por perto, é importe oferecer à vítima algum objeto que flutue. “Pode ser uma caixa térmica vazia, uma tampa grande, duas garrafas pet ou qualquer coisa desse tipo. Isso vai fazer com que a pessoa flutue e aumenta as chances de que ela seja salva com vida”, finaliza. 

Texto: Olhar Direto