Policiais ainda correm risco por usarem armas da Taurus

A situação é a mesma mais de 8 meses após surgirem as primeiras denúncias em Mato Grosso de que armas da Taurus, adotadas pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), estariam dando problemas e colocando em risco policiais militares e civis.

O problema não é somente local, mas sim nacional. Dos 24 Estados, 18 já confirmaram que tiveram problemas com a Taurus. Um dos atingidos em Mato Grosso, o soldado da Polícia Militar, Weverton Silva, 28, que levou tiro acidental na virilha e nádega de uma pistola 24/7, usada na rotina pela corporação, voltou ao trabalho em maio, após longo tratamento médico. Porém, comprou do próprio bolso um revólver 38, Amadeus Rossi, pelo qual pagou R$ 3.5 mil.

Apesar de não ser comum, policiais podem utilizar arma particular a serviço, desde que esteja devidamente registrada. No entanto, “o serviço ordinário da PM segue usando somente a pistola Taurus”, lamenta Weverton.

Quando sofreu o acidente, dia 11 de fevereiro deste ano, estava na casa de um amigo, com a namorada, batendo papo. “Levantei e a arma disparou sozinha”, relembra o soldado.

Exame de criminalística feito na arma dele, cujo laudo foi assinado pelo perito Alfredo Jorge, confirma que “apresentou problemas no sistema de segurança produzindo tiro acidental”.

Com isso, Weverton resolveu acionar a Taurus judicialmente. Há pelo menos 9 casos identificados em Mato Grosso de vítimas por problemas em armas da Taurus.

Em um dos casos, o soldado PM Élcio Ramos Leite morreu aos 29 anos. Ele participava de uma operação no CPA 3 e atirou em direção ao suposto criminoso e, como a arma travou, acabou sendo baleado e morto.

Texto: Gazeta Digital