Policiais federais deverão ter idade mínima de 55 anos
O texto da reforma da previdência a ser enviado pelo governo deve prever que policiais federais e policiais rodoviários federais cumpram a idade mínima de 55 anos para ter direito a aposentadoria.
Essa é a mesma exigência que constava da versão final do projeto do ex-presidente Michel Temer (MDB), após ajuste feito na comissão especial da Câmara.
Na ideia original do governo anterior, a idade mínima para a categoria seria de 65 anos.
A proposta para aposentadorias de policiais federais foi tema de encontro entre o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e o ministro da Justiça, Sergio Moro.
Na quinta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) optou por uma transição de 12 anos e idades mínimas de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres.
O texto será encaminhado ao Congresso Nacional na quarta-feira (20).
Especialista em Previdência, o economista Paulo Tafner disse que propor uma idade mínima de 55 anos para policiais federais não é o ideal.
“Está muito aquém do que deveria ser. A média de salários da categoria é alta, mas, além disso, eles são muito numerosos”, afirmou Tafner, um dos consultores do ministro da Economia, Paulo Guedes, para a reforma.
Policiais militares e bombeiros devem ter tratamento na reforma como as Forças Armadas. Por isso, as regras podem ser alteradas apenas em uma segunda etapa.
O projeto de lei vai prever um aumento no tempo mínimo de serviço para militares. Esse prazo subiria de 30 anos para 35 anos. A ideia ao tributar as pensões de viúvas em 11% para aumentar a arrecadação.
Outro tema a ser tratado fora da Constituição são as regras para o regime de capitalização, cuja criação estará prevista na PEC. Guedes já declarou que irá propor a troca do sistema previdenciário no país.
Atualmente, o regime é de repartição, no qual os trabalhadores bancam as aposentadorias de quem já está inativo.
No sistema de capitalização, o trabalhador faz a sua própria poupança para sustentar a aposentadoria.
A PEC tem de ser aprovada em dois turnos em cada Casa e com aval de três quintos da Câmara e do Senado.
Em busca de apoio para aprovar a reforma da Previdência, o governo prepara encontros com deputados na próxima semana.
Bolsonaro deverá tomar café da manhã com a bancada do PSL, a maior da Câmara, na quarta-feira, dia de envio da reforma ao Congresso.
Na quinta-feira (21), o presidente quer se encontrar com líderes de partidos que podem compor a base aliada do governo na Câmara.
As mudanças na Previdência serão o principal assunto dessa reunião.
Como o Palácio do Planalto ainda não tem a certeza de qual é o tamanho da base, essas ações têm o objetivo de também mapear os deputados aliados.
A equipe econômica quer aprovar a reforma da Previdência na Câmara e no Senado até julho, mas o prazo é apertado, pois Bolsonaro enviará uma nova PEC (Proposta de Emenda à Constituição).
A proposta, então, terá de passar por duas comissões na Câmara.
Texto: Folha de São Paulo