Silval depõe na CGE sobre empresas envolvidas em esquemas

O ex-governador Silval Barbosa presta depoimento neste momento, na Controladoria Geral do Estado (CGE), em Cuiabá, sobre o envolvimento de cerca de 100 empresas em esquemas de pagamento de propina em sua gestão.

As empresas são alvos de várias auditorias abertas a pedido do governador Pedro Taques (PSDB) para apurar eventuais prejuízos aos cofres públicos por atos registrados na antiga gestão.

Todas as foram citadas no acordo de colaboração premiada de Silval, firmado com a Procuradoria Geral da República (PGR) e homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fuz, no ano passado.

A lista inclui empresas que, direta ou indiretamente, colaboraram ou foram beneficiadas com as fraudes comandadas pelo peemedebista no período em que ele comandou o Estado.

Silval chegou na sede da CGE acompanhado de um advogado. O ex-governador preferiu não falar com a imprensa. 

Conforme apurado pela reportagem, ele será ouvido por duas auditores: Cristiane Laura de Souza, que é secretar-adjunta da CGE, e Nilva Isabel da Rosa, coordenadora das investigações contra as empresas.

As investigações tramitam sob sigilo na CGE. Foi o próprio Silval que se prôpos a contribuir nos processos, numa espécie de “delação administrativa”. Os depoimentos seguem até quinta (18).

A expectativa é que ele esclareça diversos pontos em relação a depoimentos prestados ao Ministério Público Federal (MPF) após a homologação do acordo.

Entre eles, deverão estar pagamentos de precatórios, concessão de benefícios fiscais, contratos administrativos e convênios firmados. Ele também deve falar de integrantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN), operadores financeiros e pessoas físicas e jurídicas que mantinham, ou não, relação com o Governo

A delação

Em sua colaboração, Silval revelou relação “espúria” que mantinha com as empresas e empresários. Elas participavam de esquemas de retorno de propina e até na lavagem de dinheiro.

Ele também listou empresas de sua família. Entre elas, está o Grupo Continental de Comunicação, em que aparece como um dos sócios, junto com o irmão Antonio Barbosa e Tegivan Luiz de Moraes.

Silval também citou empresas de destaque nacional, algumas envolvidas também na operação Lava Jato. É o caso das construtoras Odebrecht e da Mendes Junior.

Texto: Mídia News