Silval nega ter sofrido extorsão e diz que foi “pressionado” para pagar R$ 100 mil

Acontece na tarde desta quarta-feira (18) audiência da ação penal oriunda da “Operação Liberdade de Extorsão” que investigou um esquema de chantagem supostamente encabeçado pelo jornalista Antônio Carlos Milas.

O ex-governador Silval Barbosa e o ex-chefe da Casa Civil, Pedro Jamil Nadaf, figuram como algumas das figuras políticas submetidas à extorsão. Outras autoridades foram arroladas como testemunhas. O rito será encabeçado pela magistrada da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda.

Figuram como réus nesta ação penal: Antônio Carlos Milas De Oliveira, Antônio Peres Pacheco, Haroldo Ribeiro De Assunção, Maycon Feitosa Milas, Max Feitosa Milas e Naedson Martins Das Silva.

Serão ouvidos Silval da Cunha Barbosa (ex-governador) e as testemunhas Alberto Diego Dondo Gonçalves e Paulo Roberto Borges Custódio, além do atual Secretário de Estado de Comunicação,  Kleber Lima.

Possíveis ouvidos

Ainda poderão optar por prestarem testemunho hoje o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), José Carlos Novelli, o ex-Prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, juiz de direito Flávio Miraglia Fernandes e os deputados Estaduais Mauro Savi e Guilherme Maluf. Todavia, não há certezas, por se tratarem de autoridades que detêm prerrogativa de foro de função e, desse modo, possuem quatro opções de datas para oitiva: 18, 19, 24 e 25 de janeiro, às 13h30. Especificamente ao caso de Mauro Mendes, a oferta de datas se dá pelo fato de que à época da decisão, dezembro de 2016, ele ainda figurava como prefeito de Cuiabá.

Entenda o Caso

Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), os réus utilizavam o “Grupo Milas de Comunicação” como suporte para a prática das extorsões. Constam dentre as vítimas arroladas ao processo: o ex-governador, Silval da Cunha Barbosa; O ex-secretário de Casa Civil, Pedro Jamil Nadaf; José Ari de Almeida, Filinto Muller, Emmanuel de Araújo, Marilena Aparecida Ribeiro, Alla Exupery de Araujo, Leonardo da Silva Cruz, Pascoal Santullo, Sidnei Garcia e Willian Paulo Mischur.

A denúncia teve origem no Inquérito Policial instaurado pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Administração Pública (Defaz), cujas investigações se originaram de ofício encaminhado pela Prefeitura de Cuiabá, informando sobre suposta quebra de sigilo fiscal da empresa Stelmat Teleinformática Ltda.

Em análise ao Sistema de Gerenciamento de Arrecadação (GAT), constatou-se que o servidor Walmir Correa estaria realizando acessos indevidos ao sistema, com a finalidade de obter informações de diversas empresas, inclusive da Stelmat Teleinformática Ltda. 

Encerradas as investigações, a autoridade policial apurou que havia um esquema criminoso enredado pelos denunciados, os quais, de posse das informações obtidas ilegalmente do banco de dados da prefeitura, praticavam o crime de extorsão contra empresários e políticos do Estado. 

Antonio Carlos foi reconhecido como o líder do grupo, sendo ele, segundo o MPE, o responsável pela escolha das vítimas, bem como por marcar as reuniões. Os acusados Max e Maycon, ambos filhos de Antonio Carlos, eram os responsáveis pelas as pesquisas no sistema da prefeitura, nas quais utilizavam a credencial do servidor Walmir Correa. A extração das informações que seriam utilizadas para a extorsão também era esporadicamente praticada por Antonio Peres, Haroldo e Naedson. 

Por sua vez, ainda segundo o MPE, Antonio Carlos, Max e Maycon eram os responsáveis pelas visitas às vítimas, nas quais eram apresentadas os documentos e posteriormente eram constrangidas a firmar contrato de aquisição de mídia ou ainda, efetuar pagamento de vantagem pecuniária a título de patrocínio para a empresa dos réus, sob a ameaça de divulgação das informações fiscais sigilosas nos veículos de comunicação pertencentes à família.

Texto: Olhar Direto