Sorriso: terras de americano devem ir a leilão depois de 30 anos de batalha judicial

Após mais de 30 anos de disputa, a Justiça determinou este mês que seja feita avaliação de parte das terras de Edmund Augustus Zanini, localizada na região de Sorriso.

O americano alega ter sido vítima de um golpe, em 1978, e que perdeu a posse de 150 mil hectares de terra, estimando um prejuízo em torno de R$ 1 bilhão.

Desde então, buscava reaver o patrimônio. Edmund faleceu em junho de 2016 e, a partir disso, o espólio passou a ser conduzido pelo filho, Andrew Zanini.

Em entrevista ao RDNews, o advogado que representa o espólio de Edmund, Josmeyr Oliveira, contou que em 2011, os atuais donos de aproximadamente 60 mil hectares dessa área firmaram acordo com o americano, e passaram a pagar uma quantia mensal pelas terras. No último dia 9, a Justiça determinou que seja feita avaliação do restante da propriedade, que irá a leilão. A avaliação não tem prazo para ser concluída.

De início serão avaliadas oito fazendas, que juntas somam 5 mil hectares. Esses produtores serão notificados para que permitam a entrada dos peritos avaliadores. “Os demais vão ter que aguardar a avaliação da terra para possível leilão e pagamento de Zanini”, comenta o advogado. “Hoje o ponto mais importante é que os fazendeiros têm ciência da fraude e que também foram vítimas. Todos querem resolver”, completa Josmeyr.

Conforme o acompanhamento processual, Edmund acionou a Justiça em 1984 em face de Lourival Abraão Asse, Renato Augusto Platz Guimarães e Locival Antonio de Vargas, os três que lhe teriam aplicaram o golpe.

Na ação, o americano alegou que Lourival passou a figurar como proprietário da área, mediante fraude e falsidade das certidões de procurações supostamente outorgadas pelo demandante, que foram utilizadas para lavratura da escritura de compra e venda da área.

Nesta linha, explicou que as certidões das procurações supostamente outorgadas por si mesmo foram confeccionadas pelo demandado Renato Augusto Platz, cujo registro das procurações constou-se do livro do Cartório de Paranavaí, que acabou sendo destruído dias após a emissão das certidões em razão de um suposto incêndio nas instalações do cartório.

Argumentou ainda, à época, que o suposto comprador, Lourival Asse, não possuía condições financeiras para adquirir referida área rural, bem como possuía dezenas de títulos protestados por valores ínfimos na época da suposta compra e requereu a concessão do pedido.

Texto: Rdnews