Tentativas de sequestros de crianças são descartadas pela polícia

Dois supostos casos de sequestros que teriam ocorrido em situações diferentes em dois bairros de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, foram descartados pela Polícia Civil de Mato Grosso. O primeiro teria ocorrido no dia 10 de julho, no Bairro da Manga. A mãe de um bebê de 3 meses registrou um boletim de ocorrência e relatou uma tentativa de sequestro do filho.

O segundo foi denunciado no dia 16, quando outra mulher afirmava que uma pessoa tentou sequestrar a filha dela, de 3 anos, no Bairro Jardim União. Segundo a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), as duas tentativas de sequestro foram inventadas. A informação foi dada nesta quarta-feira (19).

No caso do suposto sequestro no Jardim União, a mãe foi ouvida na terça-feira (18) pelo delegado Diogo Santana e alegou não ter condições de afirmar se o fato ocorreu. Ela tem diagnóstico médico de depressão, bipolaridade e esquizofrenia.

A mãe dessa mulher contou ao delegado que não permite que a filha fique sozinha com as três netas e que no domingo isso teria ocorrido. Por conta dessa informação, o delegado Diogo Santana acionou o Conselho Tutelar para providências em relação às crianças.

A mulher que narrou suposta tentativa de sequestro da filha também contou que tinha visto o vídeo postado e compartilhado em redes sociais no dia 10 de julho, onde outra mulher fala que teriam tentado roubar seu bebê de 3 meses, quando estava indo levá-lo ao Posto de Saúde do bairro da Manga, em Várzea Grande.

No vídeo, assim como no boletim de ocorrência registrado no final do mesmo dia, a suposta vítima narra que a sequestradora seria uma mulher loira, em um carro branco. Conforme a GCCO, essa informação percorreu as redes sociais, induzindo pessoas a fazerem, indevidamente, postagens apontando uma mulher como a tal sequestradora descrita no vídeo.

Com relação a esse caso, também não houve confirmação. A ocorrência foi registrada e, inicialmente, apurada pela Delegacia Especializada da Mulher de Várzea Grande, que depois repassou para a GCCO.

Os policiais refizeram os passos da mulher e nos locais não foram identificadas câmeras de segurança. Nenhuma testemunha, que a mulher relata ter recebido ajuda, também não foi encontrada.

Em depoimento na quarta-feira, a mãe entrou em contradições e não restou dúvidas que a história foi inventada. O marido dela também foi ouvido e acredita que o fato não tenha ocorrido em razão do estado emocional dela.

As mulheres podem ser responsabilizadas por falsa comunicação e falsidade ideológica. A pena é reclusão de 1 a 5 anos.

Texto: G1-MT