Vereador é acusado de intimidar PMs com “ligação” para Taques

O vereador por Cuiabá Macrean Santos (PRTB) foi acusado de intimidar policiais militares após a detenção de seu filho Macswell dos Santos Silva, de 23 anos, na noite de sexta-feira (16), no Bairro Campo Verde.

Durante a confusão, o vereador teria, segundo a versão dos policiais, simulado uma ligação para o governador Pedro Taques. 

O vereador, por sua vez, nega a acusação e diz que seu filho foi vítima de agressão e abuso de autoridade.

Segundo o boletim de ocorrência, por volta das 21h30 o Hyundai HB 20 de Macswell foi abordado pelos policiais, que pediram que os ocupantes saíssem com as mãos na cabeça.

Conforme consta no B.O., o primo de Macswell – que estava no banco do passageiro – obedeceu a ordem, porém o filho do vereador teria saído do veículo com as mãos na cintura.

Os militares relataram ter advertido para que Macswell não fizesse tal gesto e teriam insistido diversas vezes para que ele colocasse as mãos na cabeça. 

Ainda conforme o relato da PM, nada de ilícito foi encontrado com os jovens, porém a carteira de motorista de Macswell estava vencida desde novembro de 2017.

Em razão da confusão no local, os dois foram encaminhados para a Central de Flagrantes, para registrar a ocorrência de desobediência supostamente praticada por Macswell.

No entanto, o filho do vereador teria começado a passar mal ao chegar na delegacia e foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Morada do Ouro, para onde também se encaminhou o vereador ao saber do caso.

Já na unidade de saúde, segundo os policiais relataram, Macrean teria dito a eles que a situação “poderia ser resolvida por ali mesmo” e que “não iria prejudicar a guarnição”. Porém os PMs não libereram Macswell.

O jovem foi medicado e levado de volta para a Central de Flagrantes, contudo ele começou a sentir falta de ar novamente ao sair do veículo.

Neste momento, Macrean acusou um policial de ter agredido o filho.

Ainda conforme o BO, o vereador teria se exaltado com os policiais dizendo que iria ligar para a Casa Militar e para o governador Pedro Taques.

Pouco depois ele fez uma ligação e disse que estava falando com o governador, “tentando intimidar a ação policial”, conforme o B.O..

Macswell começou a passar mal mais uma vez e retornou para a UPA, onde foi medicado e liberado.

O jovem foi entregue na Central de Flagrantes sem lesões corporais.

O outro lado

Em entrevista na manhã deste sábado (17), o vereador negou as acusações de intimidação e acusou os policiais de abuso de autoridade, discriminação e agressão.

“Não existe intimidação nenhuma. O que eu fiz foi acompanhar a situação do meu filho”, disse.

Segundo Macrean, seu filho teve uma convulsão após ser agredido pelo sargento, a quem acusou de agir com preconceito contra moradores do Bairro Pedregal.

“Eu vi um filho meu agonizando em uma maca porque um policial deu um tapa na cara dele. Ele [o PM] falou que meu filho morava no Pedregal e disse que a maioria do pessoal que mora no Pedregal é bandido”, afirmou o vereador.

“Eu não estou acusando o sargento Divino de bater no meu filho. Eu estou afirmando!”, disse Macrean, citando o policial envolvido na ocorrência.

Ele ainda relatou que ligou para o Comando Geral da PM para apontar o abuso de autoridade.

“Eu liguei para o comando da Polícia não entendendo o abuso de autoridade da guarnição. Uma vez que meu filho não foi pego com nada de errado, meu filho não desacatou policial nenhum”.

  “Todas as medidas cabíveis eu vou estar adotando para que o que eu passei ontem outros pais não passem com seus filhos”, finalizou. 

Texto: Mídia News