Volume de vendas em MT acumula 3,6% e é o maior da região

Apesar de registrar uma leve retração mensal sobre as vendas – abril ante março, -0,9% – o comércio varejista em Mato Grosso fechou o primeiro quadrimestre do ano com saldo positivo de 3,6% quando comparado ao mesmo período do ano passado. O indicador da atividade comercial é o maior registrado na região Centro-Oeste e está acima do contabilizado na média nacional, 0,6% e se revela ainda entre os cinco maiores apontados no País entre janeiro a abril. 

Conforme dados divulgados ontem pelo IBGE, por meio da Pesquisa Mensal do Comércio, de janeiro a abril desse ano os outros estados do Centro-Oeste, com exceção do Distrito Federal (-1,5%), encerraram os quatro primeiros meses de 2019 com aquecimento na atividade, porém, a melhor performance regional foi a de Mato Grosso. Goiás avançou 3% e Mato Grosso do Sul, 2,6%.

Na avaliação anual, abril 2019 ante abril 2018, o volume de vendas do comércio varejista do Estado registrou alta de 1,9%. Nessa comparação o melhor comportamento foi observado em Mato Grosso do Sul, cuja alta é de 4%. Goiás pontuou avanço de 0,6% e o Distrito Federal queda de 1,2%. 

Na comparação mensal, abril ante março desse ano, Mato Grosso viu o ritmo da atividade cair 0,9%, resultado acima da média nacional, que também com retração, fechou o período com -0,6%. Na região, todos os quatro estados tiveram desempenho negativo. Mato Grosso do Sul, -1,2%, Goiás, -1,3% e o Distrito Federal, -2,1%. 

Como destaca a pesquisa, as vendas caíram em 20 das 27 Unidades da Federação na comparação com março. Na passagem de março para abril os destaques foram: Paraíba (-3,5%) e Rio de Janeiro (-2,8%) e Pará (-2,6%). Por outro lado, pressionando positivamente, figuram sete das 27 Unidades da Federação, destacando-se, em termos de magnitude de taxa: Roraima (3,2%), Amapá (2,7%) e Bahia (0,9%). 

Frente a abril de 2018, a variação das vendas do comércio varejista nacional foi de aumento de 1,7%, com predomínio de resultados positivos em 20 das 27 Unidades da Federação, com destaque, em termos de magnitude de taxa, para: Espírito Santo (7,4%), Tocantins (7,1%) e Santa Catarina (6,9%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram sete das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Paraíba (-5,7%) e Piauí (-4,8%) e Paraná (-1,8%). 

CNC – De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os dados da PMC mostram que, em abril, o faturamento real dos dez segmentos que compõem comércio varejista apresentou estabilidade na comparação com o mês anterior (0,0%), já descontados os efeitos sazonais. No varejo restrito, que exclui as vendas no comércio automotivo e de materiais de construção, houve recuo de 0,6%, o maior desde dezembro de 2018 (-2,5%). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o varejo registrou variação de +3,1%. Em março as vendas haviam recuado 3,4%, devido ao efeito calendário decorrente do carnaval que, neste ano ocorreu em março. 

Para a CNC, o volume de vendas no comércio varejista brasileiro continua emitindo sinais de desaceleração no curto prazo. Com inflação e taxas de juros ao consumidor mais elevadas ao longo de 2019, o volume de vendas do varejo segue sendo afetado pela fragilidade das condições de consumo, especialmente, diante do atual cenário do mercado de trabalho. 

Fabio Bentes, economista da Confederação, explica que fundamentos importantes para o varejo tais como inflação, juros ao consumidor e confiança têm evoluído de forma menos favorável do que o esperado neste ano. “A reação lenta do mercado de trabalho tem impedido a aceleração das vendas, na medida em que a maior parte das vagas tem sido criada no mercado informal, cuja renda média é notadamente inferior à do mercado formal”, afirma. 

Diante dos resultados de abril, a CNC voltou a revisar para baixo sua expectativa para a variação das vendas em 2019. A entidade projeta crescimento real de +4,5% em relação ao ano passado ante uma expectativa anterior de +4,9%. Nos dois últimos anos, o volume de vendas do varejo brasileiro variou +4,0% e +5,0%, respectivamente.

Texto: Diário de Cuiabá