Mato Grosso possui 7,4 mil membros em duas facções criminosas

Atualmente, conforme o levantamento da Polícia Federal, as duas principais facções criminosas do Brasil têm 7,4 mil integrantes em Mato Grosso. Desde total, 7 mil são membros do Comando Vermelho de Mato Grosso (CVMT), responsável pela atuação em diversas áreas, inclusive com abrangência internacional. O restante é membro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Na avaliação do superintendente da PF no Estado, Áderson Vieira Leite, os principais obstáculos para se diluir as organizações são a dinâmica de funcionamento dos grupos, que têm mutações constantes e, principalmente, a carência de recursos humanos. Todo efetivo da PF em Mato Grosso, unindo aos servidores lotados em Cuiabá e nas outras 4 delegacias, nas cidades de Barra do Garças, Cáceres, Sinop e Rondonópolis, é de 300 profissionais.

Leite argumenta que a expansão exponencial dos grupos fez com que o governo Federal passasse a atuar no combate direto às facções e em Mato Grosso um convênio está sendo delineado entre Polícia Militar, Secretaria de Estado de Segurança Pública e Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) para dar início a uma força-tarefa.

Conforme o delegado, o trabalho conjunto é realizado antes mesmo da assinatura do convênio, sendo que os agentes estaduais e federais já compartilham informações, tecnologia e expertises. “Temos que usar tudo para nos antecipar e impedir que tenham sucesso nas atividades, que são diversas”.

O delegado Ricardo Ruiz Silva, do setor de Investigação e Combate ao Crime Organizado, explica que os grupos se especializam em tudo que possa gerar capitalização rápida, como assalto a banco, tráfico de drogas e sequestros. Ele também lembra que existem vários caminhos para a legalização dos recursos e as estratégicas mudam constantemente, bem como as lideranças, que costumam ter uma baixa expectativa de vida.

Drogas

No ano passado, foram apreendidas 4,5 toneladas de cocaína e apenas nos primeiros 6 meses deste ano, a quantidade já superou 4,6 toneladas. Também foram apreendidas mais aeronaves. No ano passado foram 5 e este ano, até julho, foram 8.

Devido à proximidade com os produtores de cocaína, as apreensões de maconha são menores. Chegaram a 1,8 tonelada no ano passado e este ano somam 1,2 tonelada. Saiba mais.

Texto: Caroline Rodrigues, repórter de A Gazeta/Gazeta Digital (GD)