Número de casos de infecção por HIV aumenta 16% em Sorriso

O número de pessoas infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causador da Aids, aumentou 16,48% em em Sorriso. Dados do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do município apontam que neste ano foram diagnosticados 44 novos casos de HIV na cidade, número maior que o do ano passado, quando 31 pessoas a mais foram diagnosticadas com o vírus na comparação com o ano anterior.

O Dia Mundial de Luta contra a Aids é celebrado amanhã, 1° de dezembro, visando mostrar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Conforme apurado pelo Portal Sorriso, neste ano são 311 pacientes que fazem tratamento de HIV em Sorriso enquanto que no ano passado eram 267.

Quanto ao coeficiente de mortalidade, no município 2 pessoas vieram a óbito, sendo uma delas na semana passada, segundo o farmacêutico Júnior Abrantes, que atua no SAE.

Ele ressalta que a garantia do tratamento para todos e a melhoria do diagnóstico contribuíram para a redução de mortes por HIV, além da ampliação do acesso à testagem e redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.

“Inclusive, esse paciente que morreu na semana passada sabia que era portador, mas não se tratava. Porém, quando é feito o tratamento isso resulta até em redução de sequelas. Portanto, pelo protocolo do Ministério da Saúde, todos que descobrem a doença podem iniciar o tratamento, caso queiram, o que reduz o risco de doenças oportunistas, e com o tratamento adequado, que deve ser feito por toda a vida, há, inclusive, redução do risco de transmissão da doença”, explicou Abrantes.

Cai número de mortes, mas aumenta a contaminação

O novo Boletim Epidemiológico de HIV/Aids revela que no período de 2014 a 2017, houve uma redução no coeficiente de mortalidade em Mato Grosso, que permaneceu saiu de 6 óbitos por 100 mil habitantes, em 2014, para 5,6 óbitos em 2017, o que representa uma redução de 6,6%.

Apesar da redução de mortes por HIV, segue crescendo, em nível mundial, o número de pessoas detectadas com a doença. Conforme Júnior Abrantes, a taxa é maior, sobretudo, entre jovens de 19 e 24 anos. “Subiu o número de casos tanto em homens, quanto mulheres e homossexuais. Mas atribuímos não só à desinformação, mas à falta de interesse no uso do preservativo”.

Como o acesso ao tratamento é facilitado e o número de mortes por HIV tem reduzido, Abrantes sugere que esses fatores têm causado despreocupação quanto à contaminação da doença. “Mas sempre ressaltaremos que o uso da camisinha é indispensável. E a luta mundial contra a Aids é baseada na prevenção com a distribuição de preservativos e detecção precoce para início breve do tratamento”.

Atendimento no SAE

Pessoas que tenham suspeita da doença podem ir ao SAE para fazer o teste rápido para detecção do vírus HIV, de segunda-feira a sexta-feira, em horário comercial. Porém, excepcionalmente nos meses de dezembro e janeiro o atendimento será das 7h às 13h.

O teste rápido pode ser feito por pessoas que tenham tido relação sexual sem preservativo, por profissionais da saúde, coletores de lixo contaminado etc. Em casos de detecção da doença, o paciente passa por consulta médica, faz exames complementares e recebe atendimento de variados profissionais, como psicólogo, assistente social, farmacêutico e médico infectologista.

A Profilaxia Pós Exposição (PEP) também está à disposição dos sorrisenses. Trata-se de uma forma de prevenção da infecção pelo HIV usando os medicamentos que fazem parte do coquetel utilizado no tratamento da Aids para pessoas que possam ter entrado em contato com o vírus recentemente, através da exposição ocupacional, no caso de profissionais de saúde ou pela exposição.

“Porém, deixamos claro que esses medicamentos não devem ser tomados cotidianamente, mas somente situação de risco, como o profissional da saúde que se perfurou com agulha que não tenha origem, por exemplo, e em outros casos”, frisou Júnior Abrantes.

Ele ressalta que nos casos de riscos de transmissão vertical – passada da mãe para o filho –, o tratamento é feito durante e após o parto, cujo contágio é reduzido e a taxa a chega 0,3%.

Em 2017, 764 casos novos de HIV foram diagnosticados e 737 de aids foram notificados em Mato Grosso. No período de 1980 a junho deste ano, foram 13.092 mil ocorrências da doença detectadas em todo o território mato-grossense.

Texto: Luana Rodrigues/Portal Sorriso