Preso há 3 meses, Mauro Savi continua recebendo salário normalmente

Embora esteja há sem comparecer ao trabalho há três meses, o deputado Mauro Savi (DEM) continua recebendo salário em dia da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Savi está preso desde maio acusado de envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT).

Até agora o suplente da vaga não foi convocado. Na porta do gabinete, ainda consta uma placa com o nome de Mauro Savi.

A defesa já protocolou três pedidos de liberdade e um de anulação do processo. Os recursos aguardam decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Outros pedidos de liberdade foram negados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso e pelo STF.

O suplente Waldir Bento, ex presidente da Câmara de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, protocolou na semana passada um pedido à Mesa Diretora da Assembleia para assumir a vaga de Savi, mas ainda não teve resposta.

De acordo com o regimento interno da Casa de Leis, o presidente da ALMT só poderia convocar o suplente do deputado caso ele estivesse afastado por período superior a 120 dias.

Além disso, como o parlamentar é investigado e segue preso no Centro de Custódia da Capital, só perderia a função se fosse condenado. E, como ainda não existe nenhuma dessas duas situações, de acordo com a Assembleia, ele pode continuar normalmente recebendo salário de deputado estadual, como afirmou o procurador do órgão, Bruno Cardoso.

Savi foi preso na segunda fase da Operação Bereré, denominada Bônus, sob acusação de liderar o esquema que teria desviado mais de R$ 27 milhões de reais do Detran entre 2009 e 2014. A defesa nega a participação do deputado no suposto esquema de desvio de dinheiro público.

A Assembleia aprovou em votação que o deputado fosse colocado em liberdade, mas a decisão foi barrada pelo Tribunal de Justiça.

Texto: Olívia Pires e Leandro Maia, TV Centro América/G1 MT