Sorriso: lavanderia, aliada contra infecções, suspende serviço no Hospital Regional

Não é novidade que a situação do Hospital Regional de Sorriso (HRS) é crítica. Mas, com os repasses incertos da Secretaria Estadual de Saúde (SES), as condições de atendimento na unidade médica têm ficado cada vez piores. Considerada um setor de apoio logístico, a lavanderia, que é uma aliada contra infecções, suspendeu as atividades nesta semana.

Sem esse fornecimento, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o centro cirúrgico estão sem roupas esterilizadas. Segundo informações obtidas pelo Portal Sorriso MT, nesta manhã, estava sendo fornecido o mínimo, mas sem isso não haverá condições de o HRS funcionar.

Segundo fontes, que preferiram não se identificar, os funcionários terceirizados da lavanderia e do laboratório entraram em greve nesta semana. O problema é que as duas atividades têm papéis essenciais nos atendimento do hospital.

A lavanderia, por exemplo, é representativa na cadeia das infecções, pois nela são processadas as roupas utilizadas nos serviços de saúde, como fronhas, cobertores e todas as demais utilizadas na unidade médica para que haja condições de uso, limpeza e descontaminação. No HRS os serviços de lavanderia e do laboratório são terceirizados e ambos não têm recebido os pagamentos em dia.

Estima-se que pela falta de recursos, apesar do esforço que os médicos têm feito mesmo sem receber os seus pagamentos desde o mês de setembro do ano passado, o HRS deixe de funcionar até mesmo com os serviços de emergência, já que a verba enviada pelo Governo é sem previsão.

Outros fornecedores também já teriam deixado de repassar os insumos ao Hospital Regional de Sorriso. Por enquanto, seguem mantidos apenas os atendimentos de urgência e emergência. E, com a paralisação, segue suspenso o recebimento de novos pacientes nas UTIs, bem como a programação das cirurgias eletivas e ambulatoriais.

Conforme o PS noticiou, o Ministério Público Estadual de Mato Grosso ajuizou ação civil pública contra o Estado para que sejam efetuados todos os repasses em atrasos relativos aos serviços de saúde pública prestado por fornecedores e prestadores de serviço do HRS em outubro de 2016. Porém, o valor do bloqueio de contas no Governo é irrisório perto da dívida atual.

A Promotoria de Justiça de Sorriso informa que hoje (18) à tarde a promotora Fernanda Pawelec Vieira concederá uma entrevista coletiva para falar sobre o assunto.

Procurada, a diretora Ligia Souza Leite não atendeu aos telefonemas.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) ainda ficou de repassar uma nota com explicações via e-mail. 

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Confira AQUI a reportagem completa no Cidade Alerta, programa da TV Sorriso (Record).

Texto: Luana Rodrigues/Portal Sorriso MT (colaborou Rafael Sousa)