CNT ‘reprova’ 68,1% das rodovias de Mato Grosso

Em Mato Grosso, 68,1% da malha rodoviária foi considerada de qualidade questionável, recebendo as classificações regular, ruim ou péssima pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Os dados são do Anuário da CNT 2020, que analisa a evolução dos modais rodoviários em 2019 e apontou que 3.729 quilômetros percorridos no Estado não estão em bom estado de conservação.

No total, foram avaliados 5.474 km em 2019 e, desses, apenas 1.745 km de rodovias estaduais e federais foram classificadas em ótimo ou bom estado de conservação.

O estudo avalia condições do estado geral da rodovia e, além da geometria da via, que compreende o tipo e perfil da rodovia, presença de pontes e viadutos, entre outros, é analisado o item do pavimento, onde são destacadas as características e pontos críticos. Do total de trecho reprovado, 2.759 km foram classificados como regular, 548 km, como ruim, e 422 km, como péssimo.

A CNT aponta ainda que para a solução dos problemas percebidos nas rodovias em 2019, são necessários investimentos na ordem de R$ 38,60 bilhões. Vale destacar também que apesar dos dados gerais continuarem negativos, os números apresentados no atual estudo apontam uma melhora em relação a 2005, quando começaSituação pouco mudou desde 2015, quando houve levantamento anterior, cuja reprovação já era superior a 60%.

A falta de estrutura nas vias é confirmada por quem trafega rotineiramente pelo Estado. Motorista há 15 anos, Lucas Carvalho, 37, trabalha numa empresa de embalagens e faz entrega para cidades de Mato Grosso e também para Rondônia e Acre. Ele afirma que é muito comum encontrar buracos na pista, falta de acostamento e até ausência de sinalização.

Nos trechos sem pavimentação, Edevaldo frisa que o maior problema ocorre, principalmente, no período chuvoso, quando os atoleiros castigam os motoristas.

“A gente acaba ficando muito tempo na estrada devido às condições da viagem. Isso traz inúmeros prejuízos. O motorista fica mais estressado e cansado, fora os danos causados nos veículos. Outro grande problema são os atrasos nas entregas, quando a culpa acaba caindo em quem pega a estrada. Pagamos tantos impostos e não vemos os investimentos nas rodovias”, diz o trabalhador.

Texto: Dantielle Venturini/Gazeta Digital