Crianças espancadas pelos pais terão que passar por cirurgia e fisioterapia

O bebê de um ano, espancado pelos pais no município de Nova Xavantina, a 651 km de Cuiabá, terá que realizar uma cirurgia na coluna por conta de uma grave fratura. 

O irmão dele, de 3 anos, também deverá passar por fisioterapia após ter levado uma pancada na cabeça e apresentar hematomas em diversas partes do corpo.

 As crianças estão internadas desde a madrugada de segunda-feira (1º) e devido o estado de saúde, elas foram transferidas para um hospital em Goiânia.

Os pais foram presos dentro do hospital de Nova Xavantina, quando deram entrada com o filho mais velho alegando que ele teria caído da cama, na noite de domingo (31). 

Os médicos que atenderam o garoto observaram que ele tinha ferimentos pelo corpo e na cabeça. O Conselho Tutelar foi acionado e constatou os maus-tratos. O casal foi preso pela Polícia Militar. À polícia, Arcilene Bezerra, de 22 anos, e o marido dela, Walter Bezerra, de 30, negaram ter cometido o crime e alegaram que só bateram para corrigir.

A conselheira tutelar Liliana Nobre Ximenes acompanhou a transferência das crianças para Goiás e a internação delas no hospital. 

Em entrevista ao G1, ela contou que a menina de um ano está desnutrida e que mal consegue ficar em pé pela fratura na coluna, que pode ser decorrente dos maus-tratos. “É muito triste essa situação, essa violência contra crianças. Elas são indefesas e, agora, estão lutando pela vida e podem até carregar sequelas dessa agressão”, desabafou. Liliana disse que as crianças estão em estado de observação, sem previsão de alta hospitalar.

Familiares das vítimas também estão no hospital acompanhando o caso. De acordo com a Polícia Civil, a mãe das crianças está grávida de cinco meses. O delegado Sidarta Vidigal de Almeida, responsável pelo inquérito aberto para apurar o caso, disse que os pais foram indiciados por maus-tratos e lesão corporal. 

A família mora em uma fazenda no município e o casal está preso na Cadeia Pública de Nova Xavantina.

Durante depoimento, segundo o delegado, Arcilene negou ter espancado os filhos, como também o marido. “Ela disse apenas que teria batido nas crianças para corrigir e, não, para machucar. Porém, ela demonstrou frieza e não esboçou nenhum sentimento ao saber que os filhos estão internados em estado grave”, destacou Almeida.

Ele declarou também que o padrasto chegou a confirmar que Arcilene teria dado um soco nas costas da filha mais nova, quando ela tinha apenas 7 meses. A Defensoria Pública deverá atuar no caso junto ao casal. A Polícia Civil informou que o inquérito será concluído em 10 dias.

Texto: G1/MT