Filho de libanês, publicitário cuiabano cita tristeza: “dói na gente”

Filho de libanês, o publicitário cuiabano Ziad Fares disse nesta terça-feira (4) que sentiu tristeza ao receber as notícias e ver as imagens da explosão em Beirute, no Líbano.

O publicitário, que viaja duas vezes ao ano para o país de seu pai Adnan Fares, contou que tem uma relação de amor muito forte com Beirute, lugar que escolheria morar.

“Sou apaixonado por Beirute. É a segunda cidade que eu escolheria para viver, depois de Barcelona. É difícil ver uma imagem assim. A gente fica imaginando se aquele lugar que a gente gosta de ir foi destruído, se as pessoas estão bem”, afirmou Ziad, que tem cidadania libanesa. “Dói você saber que vidas foram perdidas ali. Isso dói na gente”.

O publicitário estima que toda a parte turística no entorno da orla, onde ocorreu a explosão, deva estar destruída.

“A rede de restaurantes na orla é maravilhosa, é a coisa mais linda. Deve estar tudo destruído. A parte de turismo nessa região deve estar toda destruída”.

Ele contou que, além de ter parente que possui casa em Beirute, um casal de tios estava na capital do Líbano no momento da explosão.

“Coincidentemente, a irmã da minha mãe estava em Beirute fazendo um exame porque meu tio está fazendo um tratamento médico. E ela foi acompanhá-lo. Estavam lá no momento da explosão”, revelou.

Apesar do susto, os tios do publicitário não ficaram feridos.

No entanto, Ziad contou que a onda de choque chegou a ser sentida em cidades vizinhas.

“Todo mundo achou que fosse bombardeio porque foi muito forte. O que mais impressionou para quem não viu a explosão foi sentir a explosão. O sentimento de quem ouviu foi assustador. Alguns primos disseram que amigos ouviram [o estrondo] em uma cidade vizinha, na Síria…”, afirmou o publicitário.

Ele também lamentou mais um episódio triste na História de Beirute e do Líbano. “Esta cidade foi reconstruída mais ou menos quatro ou cinco vezes.  Estamos falando de décadas de guerra. Não estamos falando de uma guerra. O Líbano chegou a ter 15 anos de guerra. Aí parava e depois voltava. Houve guerra com os israelenses, depois com os sírios… E assim foi”, disse.

Apesar de todos os flagelos recentes e remotos, Ziad destaca uma característica marcante no povo libanês: a alegria. “É um povo quente, com o coração, legal. É divertido, alegre. É triste você ver tristeza em um povo que vende alegria. Com todo sofrimento que tiveram, com tudo o que eles passam, com a devastação da economia, é um povo feliz”.

A explosão

Informações iniciais apontam que explosão foi causada por nitrato de sódio altamente explosivo confiscado de um navio há mais de um ano, que foi colocado em um dos armazéns no porto da cidade.

Ao menos 73 pessoas morreram na explosão e mais de 2,7 mil ficaram feridas.

Texto: Bianca Fujimori/Mídia News