Projeto de lei quer regulamentar uso da maconha em Mato Grosso

Tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso projeto de lei que visa regulamentar, controlar e fiscalizar o uso da maconha e seus derivados no Estado. Ação foi proposta pelo deputado estadual Wilson Santos (PSDB).

De acordo com o documento, além de propor políticas públicas para minimizar os riscos do uso da droga, o projeto tem como objetivo regulamentar o uso medicinal do “canabidiol” para tratamento de condições médicas debilitantes e alívio de seus sintomas.

“Compete ao Estado controlar, fiscalizar e regulamentar exclusivamente a importação, exportação,plantio, cultura, colheita, produção, fabricação, trânsito, transporte, aquisição a qualquer título,armazenamento, emprego, comércio, distribuição, fornecimento, posse e uso de ‘cannabis’ e de seus derivados, conforme o disposto nesta Lei, em regulamento, e em outros diplomas normativos”, diz ação. 

A lei, se aprovada, assegura que o paciente portador de condições médicas debilitantes como câncer, HIV, fibromialgia severa e esclerose múltipla poderão adquirir até 40 gramas de maconha não prensada por mês, além de plantar e colher até seis plantas fêmeas em floração. Além do uso medicinal, o projeto visa descriminalizar o uso recreativo e individual. 

“A decisão de fazê-lo dentro de limites aceitáveis, assim como só acontecer para a autorização do tabaco e de álcool, a despeito dos males que causem à saúde, é uma decisão individual, pessoal. O Estado somente deve intervir se o uso pessoal venha a ocasionar danos à saúde pública”, explicou o parlamentar em sua proposição. 

Santos também citou o exemplo de países como Uruguai e Espanha, que regulamentaram o uso da maconha sob o argumento de combater o narcotráfico e reprimir apenas os traficantes, e não o usuário. Ainda, ele citou que a prisão de usuários de maconha contribui apenas para lotação dos presídios. 

“A regulação do uso da “cannabis”, especialmente no tocante à obtenção de renda e tributos oriundo das concessões e renovações de autorizações e a taxação de todas as operações relativas à sua produção e fornecimento, permitirá ao Estado o incremento financeiro por meio do estabelecimento de mais uma fonte de recursos, a serem empregados na consecução do interesse público”, finalizou.

Texto: Ana Flávia Corrêa/Gazeta Digital (GD)