Sepultamento em tempos de Covid-19 exige mudança de rituais

Diante da pandemia do novo coronavírus, dezenas de famílias se viram obrigadas a passar pelo processo de morte e luto de um ente querido à distância. Sem velórios ou com um número reduzido de pessoas e de tempo, com caixões lacrados, os enterros em tempos de covid-19 exigiram mudanças como participação de parentes via chamada de vídeo, rituais religiosos pela internet ou mesmo cerimônias solitárias.

Para muitas famílias, os rituais diante da morte são muito importantes. São momentos de expressão de emoções, momentos de enfrentar o luto juntos.

Com a covid -19, esses rituais, que tinham função apaziguadora não estão acontecendo, o que pode deixar ainda mais complicado o luto após a morte sem despedidas. Vilson Vígolo, dono de uma funerária da cidade, explica que quando o paciente morre com covid-19 ou com suspeita, seu corpo é colocado em saco, lacrado e sai direto do necrotério do hospital para o cemitério. 

As famílias, segundo Vilson Vígolo, podem acompanhar o sepultamento à cerca de 10 metros aproximadamente da urna, porém, sem nem sequer ver o rosto do ente querido. A equipe funerária, que normalmente é composta por três agentes, quando se trata de vítimas de covid, é reduzida para dois.

Durante o procedimento, os profissionais usam todo o aparato de equipamentos de segurança para evitar ao máximo o risco de contaminação dos trabalhadores.