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Candidatos em concurso da Politec denunciam irregularidades ao Ministério Público
Cerca de 200 candidatos que participaram do concurso público da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para as vagas de papiloscopista e técnico em necropsia protocolizaram denúncia no Ministério Público (MP) contra o teste psicotécnico realizado no dia 18 de junho, como etapa para classificação do certame.
Entre as irregularidades denunciadas pelos participantes está o fato de a Universidade Federal de Mato Grosso, responsável para realizar as provas, ter criado uma espécie de ‘nota de corte’ para o exame psicotécnico diferente da média padronizada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).
O exame psicotécnico do concurso teve três etapas, todas realizadas na UFMT. Segundo os candidatos, o exame foi usado para eliminação dos concorrentes. O que, segundo eles, é inconstitucional, uma vez que os testes devem servir apenas para atestar aptidão ou inaptidão dos candidatos. A desclassificação, nestes casos, é determinada apenas pela prova objetiva.
“É inconstitucional qualquer norma de edital de concurso público, ao conferir índole eliminatória a exame psicotécnico, visto que a Psicologia não é uma ciência exata, expondo-se a interpretações, variando segundo a linha de formação do psicólogo. Os candidatos foram eliminados por não possuírem uma nota superior à média dos candidatos do cargo, e não por serem considerados inaptos ao cargo”, diz trecho da denúncia.
A primeira fase do concurso ocorreu no dia 21 de maio. Dos 479 candidatos que foram aprovados na primeira etapa, mais de 200, segundo a comissão, foram reprovados no teste psicológico, que aconteceu no último dia 18 de junho. Os testes foram aplicados em salas diferentes durante período de 3 horas nas dependências da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Além do exame psicotécnico, os candidatos também reclamaram de problemas com tempo de elaboração da prova, permissão de material para uso de escrita e permissão para ir até o banheiro. Segundo eles, algumas salas permitiram a saída até o banheiro enquanto outras não. Neste sentido, o tempo de elaboração das provas também foi diferente e podia variar de cinco a oito minutos, conforme a sala em que a prova era aplicada.
“Assim sendo, os candidatos classificados que subscrevem este abaixo assinado solicitam, respeitosamente, a submissão da anulação da prova ou novo teste que seguem os princípios estabelecidos por lei”, finaliza o texto enviado ao MP.
Outro lado
Em resposta, a assessoria da UFMT informou que ainda não foi oficializada sobre a denúncia. A instituição também explicou que já foi aberto período de interposição de recursos contra o resultado da Avaliação Psicológica na segunda-feira (26) e o prazo encerrou na última terça (27). No momento, segundo a assessoria, as solicitações estão sob avaliação.
Texto: Olhar Direto