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“Desejo de Deus”, diz Fabris sobre dias em que ficou preso
O deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) declarou, na manhã desta segunda-feira (6), que os 40 dias em que passou preso foram “desejo de Deus”. O parlamentar afirmou que a detenção foi uma oportunidade para que pudesse refletir sobre a vida.
Fabris esteve preso no Centro de Custódia da Capital (CCC), de 15 de setembro a 25 de outubro. Ele foi detido durante a Operação Malebolge, uma das fases da Ararath. O parlamentar é acusado de obstruir as investigações.
O deputado conseguiu a liberdade após decisão dos deputados estaduais, que votaram por unanimidade, na Assembleia Legislativa, pela soltura dele. A decisão também devolveu o mandato a Fabris no Legislativo estadual.
“Eu não estou revoltado com essa demora jurídica, até porque o procurador da Assembleia é uma pessoa do bem, da qual tenho muito respeito. Só que, às vezes, pouca gente tinha conhecimento sobre essa questão, então havia necessidade de um esclarecimento melhor, porque meu processo corria em sigilo de Justiça e demorou para chegar na casa”, disse, em entrevista à rádio Capital FM.
“E como se tratou do primeiro caso na Assembleia, houve essa demora e eu deposito isso no desejo de Deus – e que esses 40 dias era para que eu repensasse um pouco a minha vida, e lá era para eu ficar. Então, não tem razão de eu estar magoado com A ou B. E foi essa história, o que basta é tocar a vida e trabalhar”, acrescentou.
Fabris disse que não cometeu nenhum crime e não havia motivos para que ele permanecesse detido durante mais de um mês. Ele justificou o motivo de ter saído de sua residência antes de a Polícia Federal chegar ao local.
Houve a suspeita de que Fabris tivesse sido comunicado da operação e saiu de sua residência levando documentos, antes do cumprimento de mandado de busca e apreensão.
Prisão
Fabris foi preso um dia após a deflagração da Operação Malebolge, da Polícia Federal, que investigou fatos relacionados à delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, de sua família e de seu ex-assessor Silvio Araújo.
Conforme a PF, Fabris obstruiu a investigação por supostamente ter sido informado antecipadamente a respeito da operação. Ele deixou seu apartamento, em Cuiabá, meia hora antes da chegada dos policiais federais, o que fez a PF entender que ele tinha informação privilegiada.
O parlamentar foi citado por Silval como um dos deputados a quem ele pagava mensalinho para a aprovação de projetos de interesse do Executivo.
Revogação da prisão
A votação que determinou a soltura de Gilmar teve como base o recente entendimento do Supremo Tribunal Federal que decidiu que as casas legislativas têm o direito de votar sobre prisões e medidas cautelares impostas contra parlamentares.
Texto: Mídia News