Jornalista cita suposto acordo de deputados de MT para manter cargos federais

A jornalista Cristina Lobo, em comentário no programa Estúdio I no canal fechado Globonews (assista aqui), revelou um suposto acordo político entre os deputados federais Carlos Bezerra (PMDB) e Valtenir Pereira, ambos do PMDB, para que mantenham “apadrinhados” políticos em cargos estratégicos mesmo com uma eventual mudança de presidente da República.

Dois oito parlamentares, seis foram favoráveis a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef (PT), o que ampliou a possibilidade do vice Michel Temer assumir o comando do palácio do Planalto.

Segundo a jornalista, Bezerra e Valtenir combinaram de pedir os mesmos cargos para Temer e Dilma. “Vivemos o presidencialismo de coalisão. Chegamos ao extremo e eu ainda não consegui descobrir o cargo, mas dois deputados de Mato Grosso, Carlos Bezerra e Valtenir Pereira, iriam pedir o mesmo cargo para o Governo e Michel Temer. Quem tivesse um aceno iria receber o voto e outro votava noutra situação”, explicou.

Demonstrando espanto, Cristina Lobo comentou que os dois parlamentares acabaram opinando de forma contrária apesar de serem do mesmo partido. “E o que aconteceu: Valtenir Pereira votou com o Governo e Carlos Bezerra votou com Temer. Olha que ponto chegamos! Achei essa história muito exemplar com o que vem acontecendo com o presidencialismo de coalizão. Então, a presidente tentou fazer o jogo, mas não conseguiu levar minimamente uma minoria de 172 que faria com que ela sobrevisse na Câmara”, salientou.

Outro lado

Valtenir Pereira negou a denúncia feita pela GloboNews. “Meu voto foi em cima da ordem da jurídica, como eu afirmei no dia da votação. Não houve crime de responsabilidade. Meu voto está fundamentado na falta de justa causa para o impeachment. Qualquer coisa fora disso é mentira. Não tem nenhum acordo envolvendo ninguém. Essa é uma versão mentirosa e falaciosa”, declarou o parlamentar.

Carlos Bezerra, por sua vez, classificou a denúncia como “absurda” e negou que seu voto tenha sido motivado por interesse em cargos. “Essa afirmação é absurda. Votei a favor de impeachment porque foi uma decisão nacional do meu partido, e como fundador do PMDB, com nove mandatos pelo meu partido, eu não tinha como ficar contra essa posição. Além disso, a governabilidade do país acabou, e com o impeachment vamos recuperá-la”, justificou.

“Os cargos que Mato Grosso tem no Governo Federal são fruto de uma articulação que vem desde o ano passado. Mas isso não interfere no meu voto. Nunca tomei posições políticas por questões fisiológicas, por causa de cargo. A minha história não é essa. Eu sou um homem que nunca mudou de partido”, completou o deputado.

Em entrevista ao Olhar Direto, na Câmara Federal no último domingo (17), Bezerra havia anunciado que votaria a favor do impeachment, admitiu que havia tido conversas com Temer, com quem tem amizade e proximidade política, mas negou que isso tenha influenciado na mudança do seu voto. Ele negou também que seu voto interferisse nas indicações que havia emplacado no Governo Federal. 

Texto: FolhaMAx e Olhar Direto