Mineira denuncia racismo e agressão contra amiga em Pub

Uma amiga da pedagoga Juliana Souza, moradora de Uberlândia (MG), postou no Facebook um caso de agressão ocorrido, segundo ela, em um Pub de Cuiabá, quando conta ter sido alvo de racismo.

Conforme a postagem, Juliana veio visitar parentes em Cuiabá em meados de junho. No dia 17, uma sexta-feira, e foi a um bar da Capital, onde conta ter sido chamada de macaca por um casal que estava no local.

A denúncia foi postada no Facebook por Norma Sueli Silva. Ela relata que a amiga, vítima da agressão e recismo, registrou boletim de ocorrência na Polícia e contratou um advogado para que os agressores não fiquem impunes. A denunciante também relata que a Polícia foi acionada e o rapaz foi conduzido para a delegacia, mas segundo ela, o acusado pagou fiança de cerca R$ 8 mil e foi solto no dia 19 deste mês. 

Na postagem, que até a publicação desta matéria no começo da tarde deste domingo (24), já tinha 508 compartilhamentos e mais de 542 comentários, ela não identifica o estabelecimento comercial onde o fato ocorreu e nem cita o nome dos agressores. A maior parte dos comentários são de repúdio aos agressores e apoio à vítima. Alguns internautas pedem que sejam divulgados os nomes dos acusados e do Pub onde sofreu a violência. 

” Feliz da vida ela foi passar o feriado prolongado na casa de parentes em Cuiabá-MT. Na sexta, 17/06, foi com os primos se divertir em um “pub” da cidade. Em uma mesa, um pouco distante da sua, percebeu um casal, e notou que a mulher a chamava de macaca, o que era perfeitamente perceptível pelo movimento labial…Juliana é negra…Continuou na sua, embora não gostando nada daquela provocação absurda, gratuita, que persistia …Chegou ao ponto de alguém da mesa deles ir até Juliana pedir desculpas… “, diz trecho da postagem.

Ela relata ainda que Juliana foi ao banheiro e, na volta, foi surpreendida pelo namorado da moça, que teria lhe dado um soco no rosto.

“Já no chão, surpreendida com a agressão repentina, sentiu-se arrastada pelos cabelos e viu que era a moça que o fazia, enquanto gritava: “VOCÊ NÃO TEM QUE ESTAR AQUI, SUA MACACA, ESCRAVA, VAI PRA SENZALA! TÁ ACHANDO RUIM SER CHAMADA DE NEGRA?! É O QUE VOCÊ É, E TEM QUE PASSAR CHAPINHA NO CABELO!!!”, conta.

Os seguranças intervieram e, também negros, foram chamados de macacos e agredidos pelo rapaz.

Confira a íntegra da postagem:

“Com autorização de minha colega de trabalho, Juliana Souza, publico as fotos e conto, resumidamente, a história destes hematomas no rosto dela:
Feliz da vida ela foi passar o feriado prolongado na casa de parentes em Cuiabá-MT. Na sexta, 17/06, foi com os primos se divertir em um “pub” da cidade. Em uma mesa, um pouco distante da sua, percebeu um casal, e notou que a mulher a chamava de macaca, o que era perfeitamente perceptível pelo movimento labial…Juliana é negra…Continuou na sua, embora não gostando nada daquela provocação absurda, gratuita, que persistia …Chegou ao ponto de alguém da mesa deles ir até Juliana pedir desculpas… 
Em dado momento quando ela foi ao banheiro, ao retornar, foi atacada pelo namorado da moça, com um soco no rosto! Já no chão, surpreendida com a agressão repentina, sentiu-se arrastada pelos cabelos e viu que era a moça que o fazia, enquanto gritava: “VOCÊ NÃO TEM QUE ESTAR AQUI, SUA MACACA, ESCRAVA, VAI PRA SENZALA! TÁ ACHANDO RUIM SER CHAMADA DE NEGRA?! É O QUE VOCÊ É, E TEM QUE PASSAR CHAPINHA NO CABELO!!!”…
Os seguranças interviram, e também negros, foram chamados de macacos e agredidos pelo rapaz(grandalhão e muito forte). Um deles precisou levar pontos na testa…A policia foi chamada, levou o rapaz preso, no CAMBURÃO, a moça nao foi levada, por conta da parcialidade de um dos policiais…(Ele gritou que pagaria propina e não ficaria preso)
Juliana fez exame de corpo delito, abriu um BO e contratou advogado…Tudo registrado, agora é esperar por justiça, que, se vier, não apagará a agressão que sofreu na sua dignidade, na sua HUMANIDADE, na sua alma…
O “rapaz”, pagou fiança, em torno de oito mil reais, e foi solto 19/06…
Nem Juliana, nem os primos entenderam a razão de tanta violência…Era visível o quanto o casal estava alterado, não se sabe se por ingestão de alguma bebida ou drogas…Nada justifica! 
Eis os personagens desta triste, revoltante e vergonhosa história:
– A VÍTIMA – Juliana – Pedagoga – Pos Graduação em Psicopedagogia -Excelente profissional – Professora da Rede Pública 
– O AGRESSOR – O “rapaz” – Empresário Rico
-A AGRESSORA – A “moça” – Médica pediatra e professora em uma universidade de Cuiabá… #Racismo #Racistas #InjúriaRacial”.

Texto: Portal Sorriso MT com GD