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Morre aos 81 anos o colunista Jejé de Oyá em Cuiabá
Jejé de Oyá ou José Jacinto Siqueira de Arruda morreu na manhã desta segunda-feira (11), aos 81 anos, no Pronto-Socorro de Cuiabá.
Jejé chegou a ser atendido pelo Samu, mas a caminho do hospital não resistiu ao ter uma parada cardiorrespiratória.
A idade verdadeira do colunista sempre foi cercada de mistério, mas amigos esclarecem que no documento de identidade consta como data de nascimento 3 de julho de 1934.
Luto oficial – O prefeito em exercício de Cuiabá,, Haroldo Kuzai, decretou luto oficial de três dias em razão do falecimento, na manhã desta segunda-feira (11), do colunista social José Jacinto de Siqueira Arruda, o Jejé de Oyá.
Símbolo – O secretário de Estado de Cultura, Leandro Carvalho, lamentou a morte de Jejé para quem representava “uma Cuiabá alegre, festiva e colorida. Além de ter quebrado paradigmas, superado preconceitos e se destacado”.
Segundo Carvalho, o colunista “era um arquivo vivo da história da Capital e sua morte representa uma grande perda para a cultura mato-grossense”.
Trajetória – Durante mais de 30 anos, foi um dos mais importantes colunistas sociais da imprensa mato-grossense, trabalhando em vários veículos de comunicação da capital.
Jejé nasceu em Rosário Oeste e veio para Cuiabá com apenas quatro anos de idade, onde foi adotado por uma tradicional família cuiabana. Estudou no Colégio São Gonçalo e Escola Técnica Federal.
No final da década de 60, ingressou no jornalismo com o pseudônimo de Dino Danuza. Pelo fato de ser negro e homossexual assumido sofreu muitas discriminações, mas soube vencer as resistências e conseguir seu espaço junto à sociedade.
Por muitos anos tornou-se uma figura indispensável nos principais acontecimentos sociais da capital mato-grossense.
Foi também durante muitas décadas umas das principais figuras do carnaval cuiabano, seja nos desfiles de rua ou nos clubes, onde desfilava com luxuosas fantasias confeccionadas por ele mesmo, graças à habilidade conseguida no curso de alfaiataria na Escola Profissional Salesiana.
Na alfaiataria Jejé iniciou costurando roupas sacerdotais. Costurou para personalidades religiosas como dom Aquino Corrêa e dom Orlando Chaves.
Nos anos 90, o jornal Diário de Cuiabá fez uma enquete e por maioria do povo cuiabano, Jejé Oyá foi eleito a personalidade que tinha a cara da cidade. Era funcionário aposentado da Receita Federal, onde trabalhou por 24 anos.
Texto: Gazeta Digital