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PF inocenta ex-ministro de Mato Grosso citado como grileiro de terras
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República arquivou no dia 28 de janeiro deste ano um pedido de investigação para apurar a suspeita de que o ex-ministro da Agricultura, o mato-grossense Neri Geller (PMDB), teria sido beneficiado indevidamente por meio de fraudes com lotes destinados a reforma agrária no município de Lucas do Rio Verde, conforme suspeitava as investigações relacionadas a “Operação Terra Prometida” conduzidas pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) .
O peemedebista foi ministro da Agricultura de março a dezembro de 2014 durante o primeiro mandato da presidente da República, Dilma Rousseff (PT).
Conforme despacho assinado pelo relator, conselheiro Mauro de Azevedo Menezes, o procedimento foi aberto em dezembro de 2014. Naquela ocasião, Geller atribuiu as suspeitas em torno de seu nome a “ilações originadas por denúncias anônimas e declarações apócrifas”, que teriam sido desmentidas inclusive pela Polícia Federal.
Em junho de 2015, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República requereu informações a Polícia Federal a respeito da existência de investigações referentes ao teor de supostas fraudes citadas na imprensa e se havia alguma imputação ao ex-ministro Neri Geller. No dia 27 de agosto de 2015, o delegado Braulio Cezar da Silva Galloni, da Polícia Federal, foi informado que o ex-ministro Neri Geller, embora tenha sido citado no transcorrer das investigações, jamais foi investigado pela Polícia Federal por suspeita de fraudes com lotes destinados a reforma agrária.
O ofício da PF afirmou que não havia nos autos elementos informação que pudessem demonstrar a participação do ex-ministro nos crimes em apuração da Terra Prometida. “Tendo em vista a contundente resposta enviada pelo citado delegado da Polícia Federal à frente das investigações de fraudes na chamada operação Terra Prometida, forçoso concluir pela inexistência atual de elementos indispensáveis para o prosseguimento do presente procedimento de natureza ética em face do ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller”, diz um dos trechos do despacho.
Com a posição da PF a investigação foi formalmente arquivada. “Nesses termos, voto pelo arquivamento do procedimento de apuração aberto de ofício pela CEP, ante a notícia oficial de que não consta no referido inquérito policial a coleta de informações ou fatos que incriminem a ex-autoridade no que se refere a ocorrência de fraudes na apropriação de lotes destinados a reforma agrária”, completou.
Deflagrada em dezembro de 2014, a Operação Terra Prometida da Polícia Federal investigou a suspeita de uma organização criminosa que vinha desde 1997 tomando posse ilegalmente de lotes da União no assentamento de Itanhangá. As terras apropriadas indevidamente valeriam juntas algo em torno de R$ 1 bilhão.
Usando da influência financeira e política, o grupo é suspeito de aliciar e ameaçar posseiros da reforma agrária, obrigando-os a ceder seus lotes a preços bem abaixo dos de mercado. Segundo a PF, as ameaças eram feitas inclusive com o uso de armas. Os lotes eram regularizados com ajuda de servidores do Incra.
Texto: FolhaMAx