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Semana promete ser de mais confissões em série
As audiências de instrução previstas para ocorrer na ação penal decorrente da Operação Sodoma 4, ao longo desta semana, na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, prometem ser de muitas revelações. Ontem (3), o ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Afonso Dalberto detalhou fraudes na desapropriação do bairro Jardim Liberdade, ocorrido em 2014, no final da gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Ele é delator premiado neste processo e também na que trata sobre fraude na desapropriação de área rural incorporada ao Parque Estadual Águas do Rio Cuiabá, na região do Manso, apurado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
O ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf, que até então vinha exercendo papel de réu confesso, teve seu acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF) revelado pela juíza Selma Arruda na segunda-feira e deve contar detalhes dos crimes cometidos ao longo da gestão passada em seu interrogatório que ocorreu hoje.
O depoimento mais aguardado da semana é o do ex-governador Silval Barbosa, que deixou o Centro de Custódia da Capital no último dia 13 de junho, após ficar 1 ano e 9 meses preso, período em que sempre negou ser o chefe de uma organização criminosa instalada em seu governo para desviar recursos do Estado e cobrar propina de empresários que mantinham convênios públicos.
Após mudar de postura e confessar seus crimes ao Ministério Público Estadual, Silval já teve sua oitiva remarcada diversas vezes e, agora, ficará frente a frente com a juíza Selma Arruda nesta quarta-feira (5), ocasião em que deve corroborar suas declarações de que realmente compôs staff de governo pensando em cometer crimes e angariar recursos públicos para quitar dívidas de campanha. Esta será a primeira de quatro audiências marcadas para ouvi-lo.
No mesmo dia, o seu ex-chefe de gabinete Sílvio César Corrêa Araújo, que saiu da cadeia junto com o ex-governador, também deve confessar crimes, o que já foi feito perante interrogatórios no Ministério Público.
Outro réu na operação Sodoma de quem se espera uma postura de confissão é o empresário Alan Ayoub Malouf, dono do Buffet Leila Malouf. Ele também é réu na operação Rêmora, que apura fraudes na Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) durante a atual gestão, onde já confessou sua participação no esquema e se dispôs a devolver valores recebidos de forma ilícita ao erário.
A audiência de sexta-feira (7) deve ser a única da semana sem revelações por parte dos réus. Estão previstas as oitivas do ex-procurador-geral do Estado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho e o ex-secretário de Estado de Planejamento Arnaldo Alves e Souza Neto. Ambos mantêm postura de negar as acusações do MPE.
Na próxima segunda-feira (10), também não há expectativa de confissões por parte do ex-secretário de Estado de Fazenda Marcel Souza de Cursi, que afirma que vai se defender até o fim do processo. Além dele, será ouvido o empresário Valdir Agostinho Piran, que até o momento não demonstrou qual será sua postura de defesa perante o processo. Ele é acusado de ser o destinatário de R$ 10 milhões dos R$ 15 milhões que foram desviados na desapropriação do Jardim Liberdade, por ter sido credor de Silval Barbosa durante a campanha eleitoral de 2010.
Texto: Gazeta Digital