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Sindicato acusa Energisa de ‘maquiar’ e fraudar dados sobre reclamações
A concessionária de energia em Mato Grosso, Energisa S/A, é acusada de alterar dados referentes às reclamações quanto à prestação de serviços divulgados em seu balanço social. A empresa teria reduzido em 2.429 o número de reclamações registradas contra si e aumentado a porcentagem de demandas resolvidas.
A denúncia foi feita em nota pública emitida pelo Sindicato dos Conciliadores de Defesa do Consumidor de Mato Grosso (Sindicon), que contesta o balanço social divulgado pela empresa em março. No documento, a concessionaria de energia informa que houve 5.708 mil reclamações e 100% de atendimentos e soluções dessas demandas.
No entanto, de acordo com o sindicato, os números divulgados pela concessionária não corresponderiam à verdade, pois a empresa deveria computar os atendimentos registrados em todas as unidades do Procon, em Mato Grosso.
Em nota, o sindicato aponta ainda que os dados oficiais do Ministério da Justiça revelam que foram registradas 8.137 reclamações em 2016.
“A Energisa lidera o ranking de reclamações no Procon Estadual de Mato Grosso há pelo menos dois anos e os consumidores mato-grossenses padecem pela falta de qualidade na prestação dos serviços e pelo tratamento que recebem da empresa em seus postos de atendimento e pelos seus técnicos”, diz trecho da nota.
Ainda segundo o documento, a empresa seria a penúltima concessionária em resolução das demandas no país, com índice de solução de 63,9%. O índice é considerado baixo no comparativo com a mesma empresa no Mato Grosso do Sul, que resolveu 89,5% das reclamações.
“Assim, é inaceitável a informação de que 100% das reclamações foram atendidas, pois nós que atuamos no Procon/MT, na defesa dos consumidores, sabemos que tal afirmação divorcia-se completamente da verdade, pois temos muitos processos com sanção administrativa de multa aplicada e muitos aguardando decisão”, disse.
O sindicato afirmou ainda que vai encaminhar a denúncia aos órgãos de regulação e controle como Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (AGER), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e os Ministérios Públicos Estaduais e Federais para que tenham ciência e tomem providências.
“Manifestamos nossa absoluta discordância com os números apresentados, bem como não compactuamos com as empresas que lesam os consumidores e não demonstram uma efetiva intenção de melhorar o atendimento”, encerrou.
Outro lado
A Enersisa foi procurada via assessoria de imprensa, e encaminhou a seguinte nota:
A Energisa reconhece que de fato houve um erro na publicação do balanço social de 2016, no que diz respeito ao número de reclamações pelo Procon no ano passado, conforme divulgado via SINDICON.
A informação foi divulgada de forma incompleta, considerando apenas os números do Procon Estadual. O dado correto de reclamações referentes ao ano de 2016 é de 8110 (reclamações Estaduais e Municipais), ao contrário do número anteriormente divulgado de 5708.
O processo de retificação oficial no balanço já está em curso internamente e em breve será oficializado.
Vale lembrar que a divulgação do balanço social é facultativa, e a opção da Energisa em divulgar os números é justamente mostrar a transparência nas tratativas e relações.
Lembrando que todas as reclamações, independentemente de terem sido retratadas ou não no balanço ou em qualquer outra publicação são recebidas e trabalhadas internamente. A Energisa presa pelo bom atendimento e busca constantemente aprimorar seus processos. A aproximação junto ao Procon MT, em busca de ações parceiras, como participação em mutirões e esclarecimentos a população, retrata o interesse da empresa em se aproximar e ouvir sempre o cliente.
Importante esclarecer ainda que reclamações atendidas são diferentes de reclamações solucionadas. São indicadores distintos. A Energisa confirma que de fato todas as reclamações recebidas são atendidas, conforme informado no balanço social. Infelizmente, nem todas são solucionadas conforme expectativa do consumidor devido os procedimentos e legislações, porém todas são respondidas e tratadas junto aos Procons conforme os prazos estabelecidos.
Texto: Gazeta Digital