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Friboi pode ser multada em R$ 7 milhões por carne com formol
A Friboi tem prazo de dez dias, depois de receber uma notificação, para responder ao Procon de Umuarama, no Noroeste do Paraná, se aceita firmar um termo de ajustamento de conduta para evitar uma multa que pode chegar a R$ 7 milhões.
Um laudo emitido pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) indica presença de formol em uma peça de carne da empresa, recolhida de um supermercado no ano passado.
A Friboi alega que não utiliza qualquer tipo de conservante em suas linhas de produção in natura e que a suposta contaminação pode ter ocorrido depois de o produto ter deixado a fábrica.
A fiscalização foi realizada em outubro do ano passado. Além de diferentes peças de carne industrializada da Friboi, foram analisadas amostras fornecidas ao supermercado BIG da cidade por frigoríficos de outras empresas. Apenas uma das peças – uma capa de filé resfriada de bovino, embalada a vácuo – apresentou o formaldeído, substância considerada nociva à saúde humana. O laudo foi expedido em 30 de novembro do ano passado. Mas só agora veio a público.
No processo, a Friboi alegou que a própria carne pode produzir a substância. Os técnicos da UEM confirmam que o formol pode ser produzido em pequenas quantidades pela carne, em condições de conservação impróprias do produto.
Segundo o secretário Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor de Umuarama, Sandro Gregório da Silva, o fornecedor também é responsável pela fiscalização das condições de transporte e venda de seus produtos. As carnes foram fiscalizadas depois de reclamações de consumidores. Para o secretário, a fiscalização e a vigilância de quem compra são fundamentais para garantir mais segurança à população.
“O consumidor já ganhou quando o Procon fez esse tipo de trabalho de fiscalização. Aliás esse Procon de Umuarama faz esse trabalho durante todo o ano. são vários tipos de alimentos, pães – temos convênio com as universidades locais – água mineral. Sempre que detectamos um problema, nós acreditamos que notificando a empresa essas providências são tomadas imediatamente, o que visa garantir segurança alimenta para o nosso consumidor”, diz.
Para o secretário, não há motivo de apreensão por parte do consumidor. “Eu avalio que é uma questão pontual, um produto específico. Nessa empresa foi apreendido mais de um produto e em outros tipos de cortes de carne não apresentaram qualquer tipo de irregularidade.
O produto fiscalizado não está mais no mercado há muito tempo. Para encerrar o processo, o Procon de Umuarama aguarda a resposta da Friboi sobre o interesse em firmar o termo de ajustamento. A notificação foi enviada em 30 de novembro, mas a Friboi ainda não confirmou o recebimento. Se a empresa não aceitar assinar o termo, o caso deve ser julgado e encerrado em janeiro. Com base nos documentos do processo, o Procon vai decidir se aplica ou não uma multa contra a empresa, que pode variar de R$ 700 a R$ 7 milhões.
Em nota, a Friboi informa que a amostra coletada foi produzida na unidade de Naviraí (MS). A empresa diz que já prestou todos os esclarecimentos técnicos e forneceu a documentação que comprova que a fábrica nunca comprou a substância citada nos laudos. A companhia reitera que possui rigorosos processos de qualidade e garantia de origem.
Texto: UOL