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Gilberto Barros é denunciado por dizer que agrediria homossexuais
O apresentador Gilberto Barros, de 61 anos, foi denunciado no Ministério Público do Estado de São Paulo por crime de homofobia depois de ele afirmar, durante uma entrevista à jornalista Sonia Abrão, em seu canal no YouTube, que agrediria dois homens que se beijassem na sua frente. “Eu tinha que acordar às 2h30, 2h, e ainda presenciar, onde eu guardava o carro na garagem, beijo de língua de dois ‘bigode’, porque tinha uma boate gay ali na frente. Não tenho nada contra, mas eu sou gente. Naquela época ainda, você imagina, chegando do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz”, afirmou Gilberto. No momento, Sonia ficou impressionada e disparou: “Meu Deus”. A entrevista foi transmitida na última quarta-feira (9) e indignou as redes sociais.
A denúncia contra Gilberto Barros ao MP foi feita pelo jornalista e ativista LGBT William De Lucca, pré-candidato a vereador de São Paulo pelo PT. Ele se baseou na lei estadual 10.948, sancionada em 2001 e que pune a prática de discriminação em razão da orientação sexual e identidade de gênero. “Não é admissível que alguém, especialmente na imprensa, incentive a violência contra LGBT. Vai responder penal e administrativamente e vai aprender pela lei a respeitar nossa população. É inaceitável que em pleno século 21 a gente ainda seja ameaçado por fazer algo que qualquer pessoa heteronormativa faz tranquilamente, sem qualquer incômodo. Precisamos coibir este tipo de postura, mas, mais que isso, promover ações políticas e de reparação às violências contra a população LGBT”, afirmou.
Desde 13 de junho de 2019, após decisão do STF, a homofobia e a transfobia são crimes no Brasil, enquadrados na lei antirracismo. “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa é crime com pena possível de um a três anos, além de multa. Se a divulgação de ato homofóbico acontecer em meios de comunicação, como publicação em redes sociais, a pena pode ser de dois a cinco anos, além de multa.
Procurados por Quem, Gilberto Barros e Sônia Abrão ainda não foram encontrados para comentar a denúncia.
Texto: Quem/Globo