Justiça condena à prisão envolvidos na morte de filho de Cissa Guimarães

A Justiça do Rio condenou nesta sexta-feira (23) à prisão os dois envolvidos na morte de Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, como mostrou a GloboNews. O jovem foi atropelado em 2010, no Túnel Acústico, Gávea, na Zona Sul do Rio.

Rafael de Souza Bussamra, que dirigia o carro em área fechada para o trânsito, foi condenado a sete anos de prisão em regime fechado e mais cinco anos e nove meses em semiaberto. O pai dele, Roberto Bussamra, foi condenado a oito anos em regime fechado e nove meses em semiaberto, segundo o site do Tribunal de Justiça.



Bussamra foi condenado pelos crimes de corrupção ativa, homicídio culposo, inovação artificiosa em caso de acidente automobilístico, afastamento do local do acidente para fugir à responsabilidade penal e participação em competição automobilística não autorizada. Ele também teve a carteira de habilitação suspensa por quatro anos e meio. Roberto foi sentenciado pelos crimes de corrupção ativa e inovação artificiosa em caso de acidente automobilístico.

Relembre o caso


Rafael Mascarenhas foi atropelado na noite do dia 20 de julho de 2010, por um motorista que circulava em uma pista interditada, no sentido Gávea. A vítima foi socorrida ainda com vida e levada para o hospital Miguel Couto, na Gávea. De acordo com a secretaria, Mascarenhas chegou à unidade com politraumatismos na cabeça, no tórax, nos braços e nas pernas. Ele chegou a ser operado, mas não resistiu.

De acordo com a 15ª DP (Gávea), que investigou o caso, Rafael andava de skate no túnel, que estava interditado para a passagens de veículos naquela noite. Segundo a CET-Rio, a pista ficou fechada ao tráfego de 1h10 às 4h10.



Rafael de Souza Bussamra, acusado da morte de Rafael Mascarenhas alegou, em sua defesa, não ter percebido que o Túnel Zuzu Angel, na Zona Sul do Rio, onde ocorreu o acidente, estava interditado naquele dia. Rafael acrescentou que, momentos antes da colisão, seu carro estava emparelhado com o veículo de um colega e, por isso, não conseguiu parar a tempo.



Suborno


Após o atropelamento, Bussamra contou que policiais o retiraram do túnel e o conduziram ao bairro do Jardim Botânico.Os PMs, segundo o réu, se encontraram no local com o pai dele, Roberto Martins. Roberto admitiu que pagou R$ 1 mil de propina a dois PMs do 23° BPM (Leblon), que teriam pedido R$ 10 mil para desfazer o local do acidente e evitar a prisão em flagrante do motorista.



Na sentença desta sexta-feira, o juiz Guilherme Schilling destacou a atitude do pai em corromper os policiais militares numa tentativa de acobertar o filho.



“O caso vertente retrata não apenas policiais que acobertam e omitem o crime (sendo, por isso, também criminosos), mas também os falsos pais que superprotegem os filhos criando pessoas socialmente desajustadas. Impõe-se uma reflexão sobre o tipo de sociedade que pretendemos para as futuras gerações ou, mais ainda, que tipo de cidadãos somos. Afinal é essa uma das dificuldades atuais da humanidade no plano da ética. De nada vale o Estado reconhecer a dignidade da pessoa se a conduta de cada indivíduo não se pautar por ela”, relata o magistrado.

 

Texto: G1