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Sorriso: escassez de escrivães na delegacia de Polícia Civil deve interromper plantões
Todo o trabalho burocrático de uma delegacia é executado pelo escrivão. Ele também desempenha diversas outras funções que são essenciais para o bom funcionamento do trabalho policial. O problema, em Sorriso, é que a escassez de profissionais deve interromper os plantões na madrugada.
Em entrevista exclusiva ao Cidade Alerta, nesta segunda-feira, o delegado Bruno Abreu contou os detalhes do problema. A delegacia de Polícia Civil de Sorriso tem apenas 6 escrivães de carreira enquanto o quantitativo ideal varia entre 10 e 12.
Uma das profissionais da PJC de Sorriso está de licença médica e dois investigadores, que desempenham a função de escrivão mesmo sem remuneração extra, desistiram do acúmulo de funções. Além disso, segundo o delegado, houve demissões, no fim de ano, dos servidores administrativos contratados.
O problema afeta o desempenho do trabalho na delegacia e as vítimas, que serão impedidas de fazerem os registros durante as madrugadas. Até porque quando uma pessoa chega à delegacia e leva a notícia de um crime ou de um fato qualquer, é o escrivão quem elabora esse boletim de ocorrência.
“E em casos de prisão em flagrante, não é justo e legal pedir ao policial militar, que trabalha à noite, voltar à delegacia no seu horário de folga para prestar depoimento”, frisou o delegado.
Conforme Bruno Abreu, o fim dos plantões dos escrivães na delegacia ainda não foi confirmado, mas deve ocorrer até o próximo dia 7 caso não sejam contratados novos profissionais. “Para um plantão funcionar precisamos de 4 porque o profissional trabalha um dia e folga 3”, reforçou.
Ele explicou que não pode remanejar todos os escrivães para o plantão e deixar apenas uma funcionária responsável pela função durante os expedientes matutino e vespertino. “Isso é impossível porque tudo vai atrasar. Então, o problema maior será durante a madrugada. Mesmo de férias, eu já pedi que um ofício seja enviado aos poderes para que a situação seja resolvida. Vamos esperar”.
Caso o plantão dos escrivães seja suspenso na delegacia de Sorriso, não será possível colher depoimentos nem do policial militar, que fizer o flagrante, e nem do preso. A concessão de medidas protetivas, para casos de emergências, especialmente relacionados à Lei Maria da Penha, também deixarão de ser feitos na madrugada.
Até o mesmo o número de delegados em Sorriso não poderia ser menor. Apenas o delegado Bruno Abreu está responsável pelos trabalhos enquanto que no ano passado três profissionais atuavam. “Mas, em breve, devem trazer um delegado pelo que foi passado. O maior problema é com relação ao quantitativo de escrivães”.
Os escrivães também são responsáveis por assessorar, executar e controlar os trabalhos relacionados à formalização dos atos de Polícia Judiciária, além de outras atividades.
Texto: Luana Rodrigues/Portal Sorriso MT