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Vídeo mostra homem agredindo ex-mulher em delegacia
João Vitor Corrêa Pompeo, 19, foi preso em flagrante após agredir a ex-mulher dentro da delegacia de Poconé (104 km ao Sul de Cuiabá), na tarde de quinta-feira (18). A escrivã Thaiane Ferreira Rando, 30, foi quem deu voz de prisão ao rapaz e afirmou ter sido vítima de violência doméstica. Assista AQUI.
A ação foi flagrada pelas câmeras de segurança da unidade, que mostram o momento em que uma escrivã chega na recepção e dá voz de prisão ao suspeito, que chegou a negar a agressão.
Ao GD, Thaiane contou que está há 4 anos na Polícia Civil e que, desde que começou a atuar na delegacia, tem convivido diariamente com casos de violência doméstica.
No caso citado, a vítima de 19 anos estava com a cunhada e com o filho do casal na delegacia. Ela foi buscar por medidas protetivas.
“Ela estava na delegacia justamente para representar contra o ex-companheiro. Inclusive, estava com lesões corporais, resultado de uma agressão feita por ele”, disse.
Soco na cabeça
Conforme as imagens, o agressor aparece na porta da delegacia e a vítima sentada. Ele se aproxima, dá um soco na cabeça dela. A cunhada começa a gritar, o que chamou atenção de Thaiane.
“Eu estava no cartório quando eu ouvi a mulher gritando ‘não faça isso com ela’.
Foi quando eu até a recepção e ela me disse que o suspeito havia agredido a mulher. Ele negou, disse que havia jogado um boné. A vítima então confirmou que foi agredida apenas balançando a cabeça”.
A escrivã prendeu o agressor em flagrante. “Não é só por eu ser policial, mas também por ser mulher”, afirmou.
Sororidade
Thaiane afirma que agiu dentro do que se espera de uma policial. Mas, ressaltou que se colocou no lugar da vítima, por já ter sido vítima de agressão.
“Eu sei o que é isso, eu já fui agredida. Sou escrivã, mas também sou mulher. No meu trabalho faço o acompanhamento direto das vítimas de violência doméstica em Poconé”, conta.
Segundo ela, a média de registro de agressão e violação dos diretos da mulher no município é de 5 ocorrências por semana.
“A gente tem trabalhado para conscientizar a população, que aqui o machismo é muito forte, mas que as mulheres devem ser respeitas e que denunciem casos como esse”, finalizou.
Texto: Yuri Ramires/Gazeta Digital (GD)