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Dodge não vê provas e pede para arquivar inquérito contra Maggi
A procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu, na segunda-feira (1º), o arquivamento do inquérito contra o ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP), que investigava uma suposta propina de R$ 12 milhões paga em 2006, pela Odebrecht, quando ele disputava a reeleição para o cargo de governador do Estado.
A acusação constava em delação premiada dos investigados na Operação Lava Jato João Antônio Pacífico Ferreira, diretor superintendente para as Áreas Norte, Nordeste e Centro Oeste da Odebrecht, e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, diretor de contratos da construtora.
Além de Maggi, era investigado o deputado federal e ex-governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, que também se beneficiou do pedido de arquivamento.
Em despacho, Dodge disse que não foram encontradas provas contra Maggi. Segundo ela, com o tempo transcorrido do caso, mais de 12 anos, não se vislumbram novas investigações aptas à elucidação dos fatos e com eficácia.
“Como se observa, após a realização de diversas diligências investigativas, não se obteve êxito na produção de lastro probatório apto à deflagração de ação penal efetiva e com perspectiva de responsabilização criminal dos investigados”, escreveu a procuradora-geral da República.
Não havendo lastro probatório mínimo para o oferecimento de denúncia com perspectiva de êxito, justifica-se o arquivamento deste Inquérito”, completou.
A investigação
Conforme revelado por MidiaNews em 2017, além de Blairo, outros dois políticos de Mato Grosso foram acusados de participar do esquema: o ex-secretário de Estado de Infraestrutura e ex-diretor geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte), Luis Antonio Pagot, e o ex-secretário de Estado Eder Moraes
No pedido de abertura de inquérito, o procurador Rodrigo Janot citou que a Odebrecht detinha créditos a receber dos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No caso de Mato Grosso, os valores seriam referentes à obra da Rodovia MT-010, nos trechos entre as cidades de Diamantino e São José do Rio Claro.
Consta no documento que o Governo de Mato Grosso reconhecia o crédito, mas afirmava não ter dinheiro para quitar os valores.
O assunto, conforme o delator Pedro Leão, começou a ser discutido politicamente, ocasião em que ambos os governadores teriam alegado ter valores a receber da União, relativos à divisão de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Saiba mais aqui.
Texto: Douglas Trielli / Mídia News