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Filha de Eduardo Cunha torrou milhares de reais da Petrobras em roupas de grife, diz denúncia
A filha mais velha do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Danielle Dytz da Cunha Doctorovich, pode ser o mais novo alvo da Lava Jato. Danielle é apontada pelo Ministério Público Federal como beneficiária de parte de um desvio de US$ 5 milhões da Petrobras. Em função disso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) no final da semana passada que Danielle e sua madrasta, Cláudia Cruz, sejam investigadas pelo juiz Sérgio Moro.
O ministro Teori Zavascki ainda não se manifestou sobre o pedido e portanto até agora as duas são apenas citadas na denúncia do MPF.
Em denúncia enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) na última semana, Janot detalhou os gastos nada franciscanos do presidente da Câmara, da sua mulher, Cláudia Cruz, e da filha mais velha de Cunha, Danielle. Com base em documentos, o MPF mostra que Danielle usou um cartão de crédito vinculado à conta Köpek, na Suíça, que recebia recursos de propina.
O total nas despesas do cartão da conta Köpek, o Corner Card, feitas por Cláudia e Danielle totalizam US$ 156.275,49, equivalente a mais de meio milhão de reais, ou R$ 626.664,71, segundo o Ministério Público Federal em cotação de dólar a R$ 4.
Apenas as compras em lojas de grife feitas por Danielle no cartão da Köpek somam US$ 40 mil, ou R$ 160 mil na cotação usada na denúncia, de dólar a R$ 4. Danielle só não conseguiu superar os gastos da madrasta, Cláudia, que somam US$ 44 mil em roupas de grife.
O detalhamento dos gastos de Danielle Cunha, uma publicitária de 28 anos, mostra o gosto por marcas consagradas e exclusivas. A primeira compra descrita é de 27 de dezembro de 2012, quando Danielle gastou US$ 1.000, cerca de R$ 4.000, na grife de sapatos Louboutin: os famosos sapatos de solado vermelho.
Uma semana depois, a jovem volta às compras e torra mais de US$ 5.000 (cerca de R$ 20 mil) nas grifes Prada, Burberry e Ermenegildo Zegna. No mês seguinte, Danielle passa novamente o cartão de crédito em duas visitas à grife Alexander McQueen. A soma das duas compras é de US$ 2.500, cerca de R$ 10 mil.
Entre fevereiro e março de 2013, época em que finalizava um MBA em uma escola de negócios em Barcelona (cujos pagamentos das mensalidades também são investigados por aparentemente terem saído da mesma conta Köpek), Danielle renovou mais uma vez o closet com dinheiro que, segundo o Ministério Público Federal, seria propina de negócios da Petrobras intermediados pelo seu pai.
Entre 19 de fevereiro de 2013 e 16 de março de 2013, foram quatro compras em lojas de Barcelona: Santa Eulalia, Yves Saint Laurent e Burberry totalizando US$ 8.343, ou R$ 33 mil, preço de um carro popular no Brasil.
Já em julho de 2013, Danielle esteve em Nova Iorque, onde comprou quase três mil dólares (US$ 2.939,63) ou R$ 11.758,52 na Chanel. De volta aos Estados Unidos, em janeiro de 2014, a compra na mesma grife somou mais de R$ 20 mil (US$ 5.234).
Três meses depois, em abril, em Orlando, Danielle fez suas compras na grife Neiman Marcus, num total de R$ 30 mil (US$ 2.759,43 e US$ 5.000). Na Fendi de Nova Iorque, os gastos da publicitária somaram R$ 17 mil (US$ 4.267,19) e na Hermès, em Cannes, Danielle comprou R$ 10 mil em roupas (US$ 2.659,30).
Texto: R7