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Gaeco aponta que ex-secretário era “blindado” por servidores em esquema em MT
O Grupo de Ação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) afirmou que o ex-secretário Permínio Pinto Filho, preso na “Operação Loctus Delicti”, era blindado pelo grupo de servidores públicos e pelo operador do esquema de cobrança de propina na Secretaria de Educação de Mato Grosso. Segundo relatório que conta no pedido de prisão preventiva, os ex-servidores Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Reis e Moisés Dias da Silva agiam para que Pinto não aparecesse nas negociações diretas com o empresário.
“Estes elementos probatórios colocam Permínio no topo da cadeia hierárquica do núcleo de agentes públicos da organização criminosa, já que demonstram claramente que ele não só tinha conhecimento de toda a atuação delitiva dos agentes públicos como também detinha pleno comando sobre Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Reis, Moises Dias da Silva e Giovanni Belatto Guizardi, já que pessoalmente coordenava a atuação deles”, aponta o Gaeco.
De acordo com o Gaeco, Permínio tinha pleno conhecimento e comando das ações para cobrança da propina. Ele delegou a Guizardi a função de cobrar diretamente a propina dos empresários. Já aos ex-servidores, cabia a missão de encaminhar os donos de construtora para se reunir com Guizardi, evitando assim encontro direto com o secretário.
A blindagem ao ex-secretário foi confirmada pelo empresário Luiz Fernando da Costa Rondon, dono da Luma Construtora. Ele revelou que no início da atual gestão, tinha acesso livre e fácil ao então secretário de Educação. No entanto, após a primeira cobrança de propina, feita por Guizardi, passou a encontrar dificuldades de reunir-se com ele.
Segundo Luiz Fernando, numa reunião realizada dois meses após o pedido de propina, Permínio se recusou a debater o assunto obras. Ele encaminhou o empresário para conversar com Fábio Frigeri sobre o tema.
“Após a ocorrência do ato espúrio Permínio se a e se blindou de seus subordinados (tanto na organização criminosa quanto na Seduc/MT), já que após a demanda de vantagem indevida por Giovani Guizardi, protelou encontros com Luiz Fernando na Seduc/MT, bem como se recusou a tratar diretamente com ele sobre o assunto “obras”, ordenando que esta matéria fosse discutida com Fábio Frigeri, que confirmou que a solicitação da propina se dava com o assentimento de Permínio Pinto Filho”, relata o Gaeco.
A forma de agir do secretário e a confirmação de que ele tinha conhecimento das fraudes, levou o Gaeco a concluir que se tratava do líder da organização criminosa instalada na Secretaria de Educação.
“Conclui-se disso tudo que Permínio Pinto Filho era o Manda-Chuva do núcleo de agentes públicos, que se valia das prerrogativas do cargo público que exercia para ordenar e coordenar a atuação espúria daqueles a ele subordinados tanto no âmbito da Seduc/MT (Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Reis e Moises Dias da Silva) quanto na alçada da organização criminosa (Giovani Belatto Guizardi), de modo que neste momento da investigação surge o grande piloto da organização, que, detendo o pleno domínio do fato, direciona seus rumos”, assina.
DEPOIMENTOS
Nesta sexta-feira, o Gaeco começou a colher depoimentos referentes a 2ª fase da “Operação Rêmora”. Prestaram esclarecimentos os empresários Luiz Fernando da Costa Rondon, da Luma Construtora, e Ricardo Augusto Sguarezzi, dono da Aroeira Construções. Ambos saíram da sede do Gaeco sem prestarem esclarecimentos a imprensa.
O empresário Eder Alberto Francisco Meciano, proprietário da Geotop Construções e Terraplanagem, estava previsto para depor, mas não compareceu.
Na próximo semanda, promotores e delegados continuam a coleta de depoimentos. Na segunda e terça-feira, empresários que firmaram contratos com a Seduc prestarão depoimentos. Apenas na quarta-feira está previsto o depoimento do ex-secretário de Educação, Permínio Pinto.
Texto: Portal Sorriso MT/GD