Gaeco deflagra operação e prende chefe de gabinete de deputado

O Gaeco  (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) deflagrou na tarde desta quarta-feira a segunda fase da Operação Ventríloquo, denominada “Filhos de Gepeto”, uma alusão ao personagem “Pinóchio”.

Francisvaldo Mendes Pacheco, chefe de gabinete do deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB), foi preso preventivamente por volta das 14h15.

Em seguida, agentes do Gaeco o conduziram até a sua residência, para realizar busca e apreensão expedida pela Justiça.

A operação apura suposto esquema que teria desviado R$ 9,4 milhões da Assembleia, por meio de pagamentos indevidos ao então advogado do HSBC e delator dos crimes, Joaquim Fábio Mielli Camargo.

Francisvaldo Pacheco chegou a ser citado durante as audiências derivadas da 1ª fase da operação. A menção ao assessor foi feita pelo advogado Julio Cesar Domingues Rodrigues, apontado como o “lobista” das tratativas.

Em audiência ocorrida em abril, ele rebateu as declarações do delator e acusou Joaquim Mielli de ter feito um “conluio” com o deputado Romoaldo Júnior, cujo objetivo seria não citar o parlamentar na delação feita ao MPE.

O advogado afirmou que quando foi chamado por Joaquim Mielli para tratar do processo de execução da divida da Assembleia com o HSBC, Mielli teria pedido que ele criasse meios para conseguir a solução do problema.

“Não sabia como iria fazer isso. Então procurei Francisvaldo Mendes Pacheco, assessor do deputado Romoaldo Júnior”, contou ele à juíza Selma Arruda.

O assessor de Romoaldo também foi citado pelo empresário Rodrigo Santiago Frison, proprietário da Canal Livre Comércio e Serviços Ltda., em depoimento prestado em novembro de 2015.

Ele disse que o depósito de R$ 240 mil feito pelo advogado Joaquim Fábio Mielli Camargo na conta de sua empresa, era referente a quitação de um empréstimo concedido por ele ao servidor Francisvaldo Mendes Pacheco.

Frisson justificou que conheceu o servidor em um restaurante em Várzea Grande, ocasião em que o filho de Romoaldo fez a apresentação dos dois. O empresário também alegou que já havia realizado outros empréstimos ao funcionário do gabinete de Romoaldo. Todos estes, segundo Frison, quitados corretamente.

O promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro, coordenador do Gaeco, disse que o chefe de gabinete de Romoaldo Júnior atuou no esquema.
 
“Ele participou da estratagema para que a fraude ocorresse. Parte do dinheiro passou pela conta corrente dele. Estamos levantando se ele foi o beneficiário final, ou se colaborou para a lavagem do dinheiro”, disse.
 
O chefe do Gaeco disse que espera que o assessor da Assembleia colabore com as investigações, esclarecendo detalhes sobre a fraude.

Texto: MidiaNews