Maggi e Medeiros apoiam impeachment; Fagundes está indeciso

Os senadores Blairo Maggi (PR) e José Medeiros (PSD) devem votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) agora que o processo chegou ao Senado. Da bancada de Mato Grosso, apenas Wellington Fagundes (PR) se mantém indeciso.

 

No domingo (17), a Câmara dos Deputados decidiu, por 367 votos a favor, 137 contrários, sete abstenções e duas ausências,  encaminhar o processo ao Senado, que deverá decidir se julga o caso.

 

Na Casa, são previstas três votações em plenário até a conclusão do processo.

 

Para Blairo, a queda de Dilma significa que setores produtivos do País poderão voltar a “confiar e investir”.

“Só o ‪‎impeachment não resolve a crise econômica provocada pelo Governo. Serão tempos difíceis, pois economicamente o Brasil perdeu muito. Mas acredito que a retirada de Dilma faz parte de um processo de reconstrução dos setores produtivos do País”, disse.

 

“A classe empresarial vai voltar a confiar e a investir. Nosso Estado, e também o Brasil, têm muito a ganhar com a retomada do crescimento, da geração de empregos e da confiança na economia e na classe política”, afirmou.

 

Já José Medeiros, desde que assumiu a vaga que era do agora governador Pedro Taques (PSDB), sempre se mostrou favorável ao afastamento da petista.

 

Para ele, o impeachment de Dilma mostra que a democracia está cada vez mais forte.

 

“Acabou. A presidente Dilma perdeu na Câmara. O processo segue para o Senado e em poucos dias o Brasil vai se ver livre desse Governo. É uma etapa histórica na vida desse país, e mostra que a democracia nunca esteve tão forte”, disse.

 

Medeiros foi indicado pelo PSD para compor a comissão que irá analisar o impeachment no Senado.

 

Sem governabilidade

 

Apesar de ainda não declarar seu posicionamento sobre o impeachment da presidente, o senador Wellington Fagundes disse que não há mais governabilidade na atual gestão. Isso, para ele, será um fator importante na hora de se posicionar.

 

“Um governo que não consegue ter o apoio de 1/3 da Câmara está em uma situação de muita dificuldade. É um governo que não tem a força da governabilidade. Por isso que muitos cobram meu posicionamento. Mas, daqui até a votação, tem muita coisa para acontecer. O que está mostrando é que o Governo está vulnerável”, afirmou.

“Dos últimos quatro governos, dois podem ser impeachmados. Daqui a pouco as pessoas não vão mais valorizar o voto, porque pode ser tirado. Mas dos males, o menor, porque um governo que não consegue aprovar as matérias necessárias ao país é muito ruim”, disse.

 

Para Fagundes, a petista foi vítima do seu modo isolado de governar.

 

“Está claro que a Dilma foi perdendo, ao logo do tempo, apoio, porque sempre foi muito dura, de poucas relações. Ela acabou criando uma barreira. Mesmo nas reuniões com os líderes, ela estava sempre de forma ditatorial. E o governo foi perdendo essa relação”, afirmou.

 

“Espero que, se acontecer – e é bom dizer que a Casa é madura, a maioria já foi governador -, tudo seja feito com muita cautela. Concomitantemente, já tem que ser discutido como será mantida a governabilidade do país”, completou.

 

Votação no Senado

 

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encaminhou nesta segunda-feira (18) o processo de impeachment de Dilma ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PDMB-AL).

 

Agora, o Senado terá dois dias para formar uma comissão especial e analisar a admissibilidade do caso.

 

Hoje, segundo levantamento da Folha de São Paulo, a tendência é de que seja aprovada a abertura do processo. Segundo o jornal paulista, o placar  aponta ao menos 47 votos favoráveis, de 41 necessários.

Se isso ocorrer, Dilma será afastada por até 180 dias e julgada pelo plenário da Casa, em rito comandado pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal.

Assumirá então a Presidência, durante o julgamento, o vice Michel Temer (PMDB).

Texto: Mídia News