Aos 47 anos, elefanta “Guida” morre em santuário em Chapada

A elefanta “Guida”, que vivia no Santuário de Elefantes Brasil (SEB), em Chapada dos Guimarães (a 67 km de Cuiabá), morreu na noite desta terça-feira (25). A informação foi divulgada pela página do abrigo, no Instagram.

Guida chegou a Mato Grosso em 2016, junto com outra elefanta, a “Maia”. As duas fêmeas foram apreendidas pelo Ibama de Paraguaçu (MG), onde passaram anos acorrentadas numa propriedade rural do advogado de um circo. Elas já viviam 40 anos em cativeiro e eram obrigadas a viajarem para se apresentar em espetáculos circenses.

Em 2018, chegou a no santuário terceira elefanta “Rana”. Ela vivia desde 2012 no zoológico de um hotel fazenda próximo a Aracaju (SE). Sem dar muitos detalhes, a publicação relata apenas que a equipe que cuidava dos animais encontrou Guida ontem (25), “presa” em um lugar próximo a uma trilha.

“Era uma trilha estreita e ela simplesmente não conseguia levantar sua pata para a frente da outra. Guida é a nossa menina que sempre escolheu seguir os caminhos mais difíceis, esta dificuldade não era comum”, diz trecho da publicação.

“Não sabemos porque sentiu que estava presa, mas a ajudamos a sair, alargando um pouquinho o caminho com varas e a encorajamos com palavras, e assim, saiu da trilha”, afirmou a equipe.

Posteriormente o texto, diz que novamente a elefanta se sentiu “presa” em um riacho raso. “Seu corpo parecia exausto, suas pernas entortavam ligeiramente de vez em quando. Usamos a retroescavadeira para ajudá-la a sair”, diz outro trecho.

Sem muitas forças, Guida parou de respirar pouco tempo depois que foi retirada do riacho. A equipe comunicou que ainda tentou reanimá-la, mas sem sucesso.

Histórico

Guida tinha 47 anos (3.600 kg) e Maia tem 45 anos (3.100 kg). Ambas são asiáticas. Elas foram capturadas ainda quando bebês na Tailândia por um circo de Portugal.

Elas foram resgatadas em 2010 pelo Ibama de Minas Gerais e passaram a viver acorrentadas por seis anos num sítio.

Elas chegaram a Mato Grosso no dia 12 de outubro de 2016 – mesmo dia em que foi inaugurado o primeiro Santuário de Elefantes da América Latina. O lugar tem 1,1 mil hectare e capacidade para receber cerca de 50 elefantes.

A propriedade tem mata nativa preservada, nascentes d’água, aclives e pastos. As duas elefantas passaram a vida toda vivendo em cativeiro – acorrentadas e sem poder se tocarem por anos – e acabaram se tornando reclusas, trocando agressões constantemente.

No entanto, segundo o americano Scott Blais, de 44 anos, que é um dos diretores da ONG brasileira, a transição das elefantas foi boa e, atualmente, já haviam mudado muito, tornando-se mais calmas e brincalhonas. 

Texto: Jad Laranjeira/Mídia News