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Ministro manda soltar Paulo Taques, Lesco, Jarbas e outros presos por grampos
Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell, determinou nesta terça-feira (31), a soltura dos ex-secretários de Estado, Paulo Taques (Casa Civil), Airton Benedito de Siqueira Júnior (Justiça e Direitos Humanos), Rogers Elizandro Jarbas (Segurança) e Evandro Alexandre Lesco (Casa Militar). Também se beneficiam com a decisão o coronel da PM, o major Michel Ferronato, o sargento João Ricardo Soler e a personal trainer, Helen Lesco Cristy, esposa de Alexandre Lesco.
As prisões tinham sido decretadas pelo desembargador Orlando de Almeida Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), e foram cumpridas pela Polícia Civil durante a Operação Esdras, deflagrada em 27 de setembro deste ano. Eles são acusados de obstrução de Justiça e foram denunciados sob acusação de planejarem uma farsa para gravar o desembargador Orlando Perri e depois usar alguma fala do magistrado para pedir seu afastamento do caso. No total, foram 7 presos beneficiados por decisões de Mauro Campbell.
Na operação, foram cumpridas 8 ordens de prisão preventiva. O 8º preso era o empresário empresário José Marilson da Silva, mas ele ganhou liberdade no dia 3 de outubro por decisão de Orlando Perri que aceitou revogar o decreto prisional. Ex-sócio-proprietário da empresa Simples IP, Marilson foi o responsável pelo desenvolvimento do Sistema Sentinela adquirido pelo coronel Evandro Lesco e utilizado pelo Núcleo da Polícia Militar que executava as interceptações telefônicas clandestinas. Marilson ganhou liberdade porque colaborou com as investigações.
Os detalhes da farsa foram revelados pelo tenente-coronel José Henrique Costa Soares que era escrivão em um inquérito policial militar que investigava o esquema. Ele procurou a Polícia e denunciou que foi cooptado pela organização criminosa e vinha sendo alvo de chantagem e ameaças para que aceitasse gravar o desembargador usando uma câmera escondida instalada em sua farda. Para isso, deveria filmar o magistrado quando participasse de alguma reunião com Orlando Perri e os demais envolvidos nas investigações, como por exemplo, os delelgados da Polícia Civil que presidiam um dos inquéritos.
Inicialmente, os 6 inquéritos policiais que envolviam a central de grampos clandestinas estavam sob a responsabilidade de Perri no Tribunal de Justiça. Mas a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e do governador Pedro Taques (PSDB) que também é investigado em um dos inquéritos no STJ, todos os procedimentos investigatórios sobre a “grampolândia” foram remetidos para a Corte Superior por determinação do ministro Mauro Campbell no dia 11 deste mês.
Os advogados estão na 9ª Vara da Justiça Federal aguardando a confecção dos alvarás de soltura para se deslocarem até as unidades onde estão detidos os acusados de envolvimento no esquema de interceptações telefônicas clandestinas, conhecido como “grampolândia pantaneira”.
Dois presos
Com isso, apenas 2 policiais investigados no esquema dos grampos continuam presos. São eles o coronel Zaqueu Barbosa, ex-comandante da Polícia Militar e o cabo Gérson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, presos desde maio.
Por volta das 20h, uma oficial de Justiça chegou ao Centro de Custódia da Capital levando os alvarás dos presos que estão na unidade. Ela confirmou que foram expedidos 7 ordens de soltura. Alguns advogados também já estavam na frente do CCC aguardando a saída dos clientes. Um dos que estavam presos no Centro de Custódia é o ex-secretário Paulo Taques.
Já os militares estavam detidos em diferentes unidades e batalhões da Polícia Militar.
Texto: G1-MT